segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Professor
Ensinar, compartilhar conhecimentos para aqueles que ainda não o tem.
Ser professor acrescenta-se a isso o amor e a dedicação em respeito ao próximo.
Não é preciso nem dizer que é uma das profissões mais lindas, generosas mas difíceis.
Ensinar é também aprender, percebi isto ao dar aulas de desenho para jovens que se preparam
para prestar vestibular na área de Artes ou para aqueles que desejam se profissionalizar como ilustrador.
Ensinar também é uma troca que muito nos enriquece.
Tive inúmeros professores, mas alguns continuam no meu coração como uma linda recordação e aqueles que continuam na minha memória são aqueles professores que além de nos ensinar, deram carinho, amor e principalmente nos inspiraram como pessoa.
Muita gratidão e respeito a todos os professores que fazem das suas vidas, ensinar e amar o próximo!
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Feliz Dia das Crianças!
É tão simples conseguir o sorriso de uma criança!
É tão singelo o que uma criança deseja!
É tão grande o que uma criança nos oferece!
É tão fácil amar uma criança!
Os momentos das crianças são tão ricos!
Os momentos junto a uma criança são tão velozes!
Os momentos que as crianças desejam são tão realizáveis!
Os momentos de amor que as crianças nos presenteiam são tão únicos!
Que todas as Crianças do Mundo
tenham neste Dia e em todos os outros
o que eles tanto desejam,
AMOR!
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Refúgio
Dentro da minha caixa de palavras preferidas, mora a palavra "REFÚGIO".
Refúgio é acolhedor como pijama de flanela, como um travesseiro após um dia cheio, uma limonada gelada num dia de sol escaldante, um chinelo velho após um dia de salto alto, um abraço apertado num momento de carência, o som de boa noite do amor de nossas vidas, uma palavra amiga que nos da a certeza de que somos compreendidas.
Encontramos refúgio num quarto escuro, numa palavra, num olhar, num sorriso, num beijo, numa mentira,
na escrita, na leitura, na arte, numa comida, no amor e em tantas formas de amor...
Pensando em tudo isso percebi que nos últimos dias me refugiei no silêncio. Embora goste de escrever
permaneci por quase dois meses em silêncio. Seria elegante dizer ou acreditar que nada escrevi pois estava ocupadíssima, mas sei que não é verdade, somos humanas e de tempos em tempos precisamos de um refúgio para nos refazermos do viver por viver. Outras vezes nos cansamos de ter opinião na ponta da língua, de participar de tudo, de tentar ser eficiente, de ser corajosa, de ser forte ou pelo menos de assim parecer. Muitas vezes é preciso ser forte e admitir que somos frágeis e que precisamos nos refugiar
nos preservar e continuar. Não é preciso ir a nenhum lugar paradisíaco, nem a uma ilha deserta para
nos refugiarmos, encontro ele numa tarde de silêncio ao contemplar, ao lado de uma boa companhia, o rio que segue o seu curso, e através de um sorriso sereno e de um abraço apertado compreendermos que isto é o melhor da vida.
domingo, 12 de agosto de 2012
Pai.
- Ganhei um Smartphone.
- Ah! Hoje é Dia dos Pais, parabéns!
Todos ao seu redor o parabenizaram.
O moço, ainda quase um menino, sorriu. Um sorriso constrangido e acrescentou.
- Ganhei também uma conta enorme no meu cartão de crédito. Eu estava feliz com o meu celularzinho, mas meu filho disse que tenho que ter um Smartphone. Todos os pais dos amiguinhos tem um. Ah, e tem que ser um "touchscreen".
Escolhendo guloseimas numa loja de produtos orientais não pude deixar de ouvir esta conversa e sorri.
O moço trabalha como repositor da loja e continuou explicando que vai ser duro pagar as prestações.
Deve ser mesmo, afinal, criar um filho já não é fácil, financeiramente então mais duro ainda. E como se não bastasse acompanhar a evolução tecnológica dos seus pertences para que o filho não se sinta excluído da roda de seus amiguinhos é um acréscimo mais árduo ainda.
Eu sorri, pois apesar de tudo isso o sorriso do moço era de plenitude e felicidade, embora
lamentando, de certo estaria relembrando a inocente alegria do seu filho lhe entregando o presente e para isso ele trabalharia mesmo num domingo de Dia dos Pais.
Para meu pai também "os domingos" sempre foram dia de trabalho. Sem instrução, dedicou-se à sua profissão de fotógrafo e assim criou e formou seus filhos. Fotografando no estúdio, fazendo fotografias de reportagem, revelando, retocando e imprimindo as fotografias um a um no sistema manual, nos dias de semana, sábados, domingos e feriados por mais de meio século.
E a filha, eu, como se não bastasse, ainda reclamava, brigava por não poder tê-lo
nas festas e eventos escolares. Para uma criança era muito difícil compreender sua ausência.
Hoje, ele parece compensar tudo isso participando de todos os eventos escolares e culturais dos netos.
Mesmo nos eventos que não tem intimidade com o assunto ele se faz presente. Não é um homem de gestos
e arroubos acalorados de carinhos, abraços e beijos, não tem costume de demonstrar seu grande amor pelos filhos, nora, genros e netos através de palavras, mas a sua constante presença de corpo franzino e cabelos brancos, representa enormemente tudo isso.
Pai, muito obrigada por estar sempre conosco!
Nós te amamos muito!
domingo, 6 de maio de 2012
Mãe
Mãe, o que mais me faz falta é o som da sua voz
Mãe, tenho certeza, você à tudo me acompanha
Mãe, sei que está comigo, mas ainda assim...
Quando preparo sushi é em você que penso
Quando tempero meu feijão é o seu amor que relembro
Quando desenho, suas orientações que me amparam
Mãe, mais um "Dia das Mães" se aproxima
Mãe, não vou mais às compras, sua loja preferida
Mãe, seu prato predileto, não preparo mais
Eu procuro e te abraço em pensamento
Eu olho para o Céu e seu sorriso encontro
Eu falo com você e sua resposta chega
Dentro do meu coração.
Mãe, te Amo!
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Regar a vida.
Estive ocupada por dias que me impossibilitaram passar por este meu cantinho.
E isto me faz uma falta danada!
Escrever no Blog é para mim um momento de acalmar o coração, me dar um pouco de atenção,
me ouvir, enfim, dar um tempo e consideração a mim mesma.
Hoje, regando minhas plantas percebi que elas também sentiram a minha falta e me contaram,
através das suas folhagens e galhos, que estiveram um pouco solitárias e ressentidas.
Regá-las apressadas e muitas vezes nem isso, deixaram nelas marcas que se evidenciaram nos seus físicos.
Fiquei triste, com vontade de voltar o tempo e pedi perdão.
Percebi que elas também precisam da minha presença, atenção, ficar um pouco com elas e observá-las.
Esta percepção me levou a refletir como devemos estar mais atentas e dar uma atenção maior e melhor às coisas e às pessoas que amamos.
Os dias e o relógio giram vertiginosamente e a nossa batalha pela sobrevivência
nos tiram do foco das coisas mais importantes e preciosos da nossa vida. Esta é sempre a mesma desculpa que usamos para tentar camuflar a nossa desatenção.
Hoje as plantas da minha pequena varanda me ensinaram que se o fato de vê-las entristecidas me deixaram
mais tristes ainda, o que estaríamos fazendo com as pessoas que amamos, com a nossa vida e até mesmo com o nosso próprio bem estar?
Após cuidar e dar uma atenção mais demorada a cada uma percebi feliz que todas elas ficaram mais
brilhantes, se sentiram fortalecidas fazendo transparecer a satisfação em cada folhagem e me retribuindo com aromas impagavelmente agradáveis.
Já dentro da casa, ao sentarmos para o nosso café da manhã, meu coração se encheu de alegria e satisfação quando percebemos a presença de um beija-flor visitando calmamente o meu pequeno mas importante espaço de aconchego, tal qual este meu Blog.
terça-feira, 20 de março de 2012
Prazo de validade.
Vivemos no mundo onde tudo se limita a um prazo, a um pequeno espaço de tempo que se garante a boa qualidade das coisas.
Alimentação, juventude, beleza, amor, novidade tecnológica e outras tantas coisas mais que parecem estar sempre sob a mira de extinção ou deterioração com o rápido passar do tempo. E isto passou a ser uma coisa natural, é assim que é e não adianta rebelar-se.
Um delicado email que recebi de uma professora e estudante universitária da cidade de Natal - Rio Grande do Norte, mostrou-me que nem tudo é assim tão sombrio. Cristina Gabriela apresentou-se como professora e estudante do último período de Pedagogia. No seu email contou que numa das disciplinas da Faculdade, Linguagem Semiótica, o seu grupo estaria analisando o livro "Amigos, mas nem tanto", Editora Scipione, História de Lêda Aristides - Ilustração de minha autoria. Escreveu-me pois gostaria de ouvir sobre o meu processo de identificação e criação das ilustrações de uma história.
Bem, é um livro que ilustrei há 20 anos e mesmo assim tive a grata oportunidade de conversarmos a respeito
deste livro e pude constatar que dentro da minha memória os vinte anos significavam apenas alguns minutos . Pude relembrar novamente a alegria e a empolgação que senti ao receber este texto para ser ilustrado juntamente com a história "Ovo meu, será seu?- Lêda Aristides. Ansiedade, o desejo que estas sejam mais uma história estimulante, o medo se vamos acertar, o amor que sentimos pelos personagens durante o processo de criação e por fim aquela sensação deliciosa de satisfação ao ver o trabalho finalizado e o livro em nossas mãos. Com certeza são emoções que nos viciam. E como todo vício nos faz querer mais, ilustrar e criar mais e mais.
Senti na pele a responsabilidade de se fazer um bom trabalho, afinal ele nos une eternamente, são nossos filhos para sempre. Assim como um filho, nossa responsabilidade não tem prazo de validade, estará associado ao nosso nome eternamente. Mas também é o filho que nos proporciona realização, alegria e felicidade possibilitando surpresas agradáveis como a chegada deste email de uma jovem que estuda e ensina numa cidade tão distante da minha.
Criei estas ilustrações há vinte anos atrás, mas constatei que hoje faria exatamente da mesma maneira, pois acredito que a criação que é o fruto da nossa imaginação não vem da técnica e sim da emoção que nos assola na primeira leitura do texto. Emoções não envelhecem, continuam exatamente as mesmas, indignação, alegria, prazer, amor aindo sinto pelas mesmas coisas que há vinte anos.
Gratificante foi conversar com a Cristina Gabriela e o seu email que me possibilitou observar que para isto não existe um prazo de validade.
Cristina, muito obrigada.
Alimentação, juventude, beleza, amor, novidade tecnológica e outras tantas coisas mais que parecem estar sempre sob a mira de extinção ou deterioração com o rápido passar do tempo. E isto passou a ser uma coisa natural, é assim que é e não adianta rebelar-se.
Um delicado email que recebi de uma professora e estudante universitária da cidade de Natal - Rio Grande do Norte, mostrou-me que nem tudo é assim tão sombrio. Cristina Gabriela apresentou-se como professora e estudante do último período de Pedagogia. No seu email contou que numa das disciplinas da Faculdade, Linguagem Semiótica, o seu grupo estaria analisando o livro "Amigos, mas nem tanto", Editora Scipione, História de Lêda Aristides - Ilustração de minha autoria. Escreveu-me pois gostaria de ouvir sobre o meu processo de identificação e criação das ilustrações de uma história.
Bem, é um livro que ilustrei há 20 anos e mesmo assim tive a grata oportunidade de conversarmos a respeito
deste livro e pude constatar que dentro da minha memória os vinte anos significavam apenas alguns minutos . Pude relembrar novamente a alegria e a empolgação que senti ao receber este texto para ser ilustrado juntamente com a história "Ovo meu, será seu?- Lêda Aristides. Ansiedade, o desejo que estas sejam mais uma história estimulante, o medo se vamos acertar, o amor que sentimos pelos personagens durante o processo de criação e por fim aquela sensação deliciosa de satisfação ao ver o trabalho finalizado e o livro em nossas mãos. Com certeza são emoções que nos viciam. E como todo vício nos faz querer mais, ilustrar e criar mais e mais.
Senti na pele a responsabilidade de se fazer um bom trabalho, afinal ele nos une eternamente, são nossos filhos para sempre. Assim como um filho, nossa responsabilidade não tem prazo de validade, estará associado ao nosso nome eternamente. Mas também é o filho que nos proporciona realização, alegria e felicidade possibilitando surpresas agradáveis como a chegada deste email de uma jovem que estuda e ensina numa cidade tão distante da minha.
Criei estas ilustrações há vinte anos atrás, mas constatei que hoje faria exatamente da mesma maneira, pois acredito que a criação que é o fruto da nossa imaginação não vem da técnica e sim da emoção que nos assola na primeira leitura do texto. Emoções não envelhecem, continuam exatamente as mesmas, indignação, alegria, prazer, amor aindo sinto pelas mesmas coisas que há vinte anos.
Gratificante foi conversar com a Cristina Gabriela e o seu email que me possibilitou observar que para isto não existe um prazo de validade.
Cristina, muito obrigada.
quinta-feira, 8 de março de 2012
Feliz Dia Internacional da Mulher!
Parabéns para todas as Mulheres do Mundo!
Mulheres que com a sua força, coragem e inteligência
acompanham com humildade e sensatez a evolução do mundo.
Parabéns para todas as Mulheres que têm a capacidade de se multiplicar para se doar
com amor, carinho e verdade à todos que a necessitam.
Parabéns para todas as Mulheres que sabem chorar,
mas também sabem sorrir, criar, amar
e principalmente possuem energia para viver
cada segundo da sua vida com alegria, orgulho e dignidade!
Parabéns para todas as Mulheres que tiveram a sorte de assim nascer.Feliz Dia Internacional da Mulher!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Silêncio.
Estive ausente aqui desde o dia 25 de Janeiro.
Para alguns amigos que me escreveram estranhando a falta de postagem, argumentei que eu estava muito ocupada, mas após refletir e tentar ser honesta comigo mesma percebi que não foi à toa que fiquei em silêncio neste finalzinho de Janeiro até hoje.
No início de Fevereiro contabilizei mais um precioso ano da minha vida.
Um silêncio necessário para reflexão e agradecimento dos que vivem bons anos neste mundo encantado chamado "Vida".
Sendo otimista diria que venci e ganhei mais um ano, sendo pessimista diria que é menos um ano da minha vida. Mas meu coração sabe que aniversários são sempre bem-vindos, pois isto significa que estamos aqui firme e fortes!
Também é um dia de receber abraços, beijos, carinhos, rever a família, amigos, receber presentes...
Quem não gosta de ser mimada? Quem não fica feliz de ser lembrada?
Meus amados sobrinhos correram para me abraçar e perguntaram:
- Tia Naomy, quantos anos a tia fez?
Engulo seco e respondo a esta inocente pergunta com um número. Faço uma comparação com a idade deles.
Dou um número que é a diferença entre a minha e a idade deles e então faço-os somarem ao número que dei com a idade deles.
- Hummmmm....
Pensativos e usando o raciocínio matemático parecem entender que temos muita diferença, mas imagino que não conseguem calcular tudo que se pode fazer, viver e sentir neste espaço de tempo tão grande.
Muitas vezes nem eu mesma sei o que fiz nestes longos anos, meses, dias, horas, minutos e segundos.
Sei que muito já sorri, muito já chorei, muito carinho já recebi, muito fui e sou amada e muito já amei, amo e ainda amarei!
Como diria o nosso "Rei":
"Emoções, eu vivi!"
E sendo eu gulosa, ainda quero mais, muito mais!
Muito obrigada por tantas coisas boas que recebi e por tudo que, tenho certeza, ainda receberei nesta minha jornada!
Para alguns amigos que me escreveram estranhando a falta de postagem, argumentei que eu estava muito ocupada, mas após refletir e tentar ser honesta comigo mesma percebi que não foi à toa que fiquei em silêncio neste finalzinho de Janeiro até hoje.
No início de Fevereiro contabilizei mais um precioso ano da minha vida.
Um silêncio necessário para reflexão e agradecimento dos que vivem bons anos neste mundo encantado chamado "Vida".
Sendo otimista diria que venci e ganhei mais um ano, sendo pessimista diria que é menos um ano da minha vida. Mas meu coração sabe que aniversários são sempre bem-vindos, pois isto significa que estamos aqui firme e fortes!
Também é um dia de receber abraços, beijos, carinhos, rever a família, amigos, receber presentes...
Quem não gosta de ser mimada? Quem não fica feliz de ser lembrada?
Meus amados sobrinhos correram para me abraçar e perguntaram:
- Tia Naomy, quantos anos a tia fez?
Engulo seco e respondo a esta inocente pergunta com um número. Faço uma comparação com a idade deles.
Dou um número que é a diferença entre a minha e a idade deles e então faço-os somarem ao número que dei com a idade deles.
- Hummmmm....
Pensativos e usando o raciocínio matemático parecem entender que temos muita diferença, mas imagino que não conseguem calcular tudo que se pode fazer, viver e sentir neste espaço de tempo tão grande.
Muitas vezes nem eu mesma sei o que fiz nestes longos anos, meses, dias, horas, minutos e segundos.
Sei que muito já sorri, muito já chorei, muito carinho já recebi, muito fui e sou amada e muito já amei, amo e ainda amarei!
Como diria o nosso "Rei":
"Emoções, eu vivi!"
E sendo eu gulosa, ainda quero mais, muito mais!
Muito obrigada por tantas coisas boas que recebi e por tudo que, tenho certeza, ainda receberei nesta minha jornada!
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
São Paulo, 458 anos bem vividos.
São Paulo,
cidade onde meus avôs,
vindos do Japão,
adotaram como sua.
São Paulo,
cidade onde meu pai,
vindo de Marília,
escolheu para ficar.
São Paulo,
cidade onde minha mãe,
vinda de Tupã,
desejou permanecer.
São Paulo,
cidade onde nasci, cresci, me formei,
encontrei amigos, amores,
adotei, escolhi e desejo permanecer
São Paulo,
cidade que amo
e me sinto amada.
São Paulo,
Feliz Aniversário!
Muito obrigada.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Caminhada.
Faz muito tempo que não tenho o volante de um automóvel em minhas mãos.
Tenho me locomovido por outros meios. Quando tenho compromissos em locais com distâncias mais amenas, eu vou caminhando. É uma recomendação quase imperativa dos médicos que se preocupam com a minha saúde e...volume corporal. Então eu sigo o conselho.
E é nestas andanças que um casal de idosos tem chamado a minha atenção.
Um casal de aproximadamente oitenta e mais alguns anos. Ambos bonitos, cabelos cor de neve, discretos e de modos elegantes costumam caminhar de mãos dadas, assim como meu pai fazia quando tinha ao seu lado a presença da minha mãe. Caminham devagar, passos de pessoas que já entenderam e aceitaram que a pressa e a ansiedade de nada servem. Passos de um casal que muito já construíram, agora, juntos parecem valorizar cada segundo do estar junto, do sentir o vento, apreciar a flor que emerge entre as rachaduras da calçada.
A cada nova construção que encontram pelo caminho, param, observam e o senhor carinhosamente coloca sua mão sobre o ombro da sua esposa e com a outra aponta para a novidade e assim os dois ficam contemplando cada inovação sem dar espaço para a pressa. Fico imaginando que relembram juntos o que lá existia antes que estes prédios comerciais grandiosos e vistosos impusessem suas presenças.
Não os vejo sorrirem, parecem não necessitar de nenhum recurso para expressarem seus sentimentos. Apenas falam baixinho um ao outro, poucas palavras, bem perto dos seus ouvidos. A saúde e a vida contemplou-os com a longevidade de ambos. Longos anos de convívio, de parceria e comprometimento... Imagino que assim como todos, devem ter enfrentado e vencido juntos os percalços e as dificuldades que a vida sempre nos reserva.
Mas juntos ainda permanecem e esta é a grande benção.
E eu fico observando estas duas pessoas lindas com o coração dividido entre a alegria pela felicidade deles e uma tristeza por tudo que minha mãe deixou de viver e que meu pai com a partida da sua amada deixou de prolongar estes momentos de carinho e companheirismo. Companheirismo de casal, amor que venceu por longos anos, impossível de substituir por nenhum outro, nem o amor filial ou qualquer outro amor parece ser capaz de preencher o enorme buraco que a ausência do grande amor da vida, costuma abrir no coração.
Algumas vezes vejo o senhor caminhando sozinho então me preocupo.
Fico apreensiva.
Tenho vontade de perguntar pela sua esposa, mas não o faço.
Tenho medo da resposta.
Porém, alguns dias depois já o vejo novamente acompanhado da simpática esposa deixando-me tranquila.
Muitos meses se passaram sem vê-los e eu caminhava sempre à procura do casal, não sei onde moram, nem os seus nomes, meu coração se entristecia e temia:
-Será que nunca mais vou revê-los?
Como que para me tranquilizar, antes da virada do ano, vejo-os sentadinhos lado a a lado, acompanhados por uma moça que imaginei ser filha, na pastelaria do "sacolão", hortifruti do bairro.
Vi-os felizes deliciando-se, cada um com o seu fumegante e cheiroso pastel nas mãos!
Fiquei feliz e tranquila, com certeza, são muito saudáveis! Eu, ainda muito longe de chegar à idade deles, há muito tempo já não posso me deliciar com frituras por conselhos médicos imperativos e aterrorizantes.
-Bom Apetite e Vida Longa! Muito longa!
Tenho me locomovido por outros meios. Quando tenho compromissos em locais com distâncias mais amenas, eu vou caminhando. É uma recomendação quase imperativa dos médicos que se preocupam com a minha saúde e...volume corporal. Então eu sigo o conselho.
E é nestas andanças que um casal de idosos tem chamado a minha atenção.
Um casal de aproximadamente oitenta e mais alguns anos. Ambos bonitos, cabelos cor de neve, discretos e de modos elegantes costumam caminhar de mãos dadas, assim como meu pai fazia quando tinha ao seu lado a presença da minha mãe. Caminham devagar, passos de pessoas que já entenderam e aceitaram que a pressa e a ansiedade de nada servem. Passos de um casal que muito já construíram, agora, juntos parecem valorizar cada segundo do estar junto, do sentir o vento, apreciar a flor que emerge entre as rachaduras da calçada.
A cada nova construção que encontram pelo caminho, param, observam e o senhor carinhosamente coloca sua mão sobre o ombro da sua esposa e com a outra aponta para a novidade e assim os dois ficam contemplando cada inovação sem dar espaço para a pressa. Fico imaginando que relembram juntos o que lá existia antes que estes prédios comerciais grandiosos e vistosos impusessem suas presenças.
Não os vejo sorrirem, parecem não necessitar de nenhum recurso para expressarem seus sentimentos. Apenas falam baixinho um ao outro, poucas palavras, bem perto dos seus ouvidos. A saúde e a vida contemplou-os com a longevidade de ambos. Longos anos de convívio, de parceria e comprometimento... Imagino que assim como todos, devem ter enfrentado e vencido juntos os percalços e as dificuldades que a vida sempre nos reserva.
Mas juntos ainda permanecem e esta é a grande benção.
E eu fico observando estas duas pessoas lindas com o coração dividido entre a alegria pela felicidade deles e uma tristeza por tudo que minha mãe deixou de viver e que meu pai com a partida da sua amada deixou de prolongar estes momentos de carinho e companheirismo. Companheirismo de casal, amor que venceu por longos anos, impossível de substituir por nenhum outro, nem o amor filial ou qualquer outro amor parece ser capaz de preencher o enorme buraco que a ausência do grande amor da vida, costuma abrir no coração.
Algumas vezes vejo o senhor caminhando sozinho então me preocupo.
Fico apreensiva.
Tenho vontade de perguntar pela sua esposa, mas não o faço.
Tenho medo da resposta.
Porém, alguns dias depois já o vejo novamente acompanhado da simpática esposa deixando-me tranquila.
Muitos meses se passaram sem vê-los e eu caminhava sempre à procura do casal, não sei onde moram, nem os seus nomes, meu coração se entristecia e temia:
-Será que nunca mais vou revê-los?
Como que para me tranquilizar, antes da virada do ano, vejo-os sentadinhos lado a a lado, acompanhados por uma moça que imaginei ser filha, na pastelaria do "sacolão", hortifruti do bairro.
Vi-os felizes deliciando-se, cada um com o seu fumegante e cheiroso pastel nas mãos!
Fiquei feliz e tranquila, com certeza, são muito saudáveis! Eu, ainda muito longe de chegar à idade deles, há muito tempo já não posso me deliciar com frituras por conselhos médicos imperativos e aterrorizantes.
-Bom Apetite e Vida Longa! Muito longa!
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Feliz Ano Novo!
Assim como de hábito fazer a cada novo ano que se inicia, folheei minha agenda do ano que se foi para fazer um balanço do meu 2011.
Observando compromissos e mais compromissos cumpridos ao longo dos doze meses, constatei incomodada que foi um ano culturalmente bastante pobre.
Tive sim alguns dias felizes como ida a concertos, peças de teatro,
porém longe, muito longe do que poderia ter sido.
Perguntei então a mim mesma o que eu gostaria de fazer para compensar isto.
Não precisei pensar duas vezes, já tinha a resposta na ponta da língua.
Respondi que gostaria de ficar por longas horas dentro de uma livraria
sem pressa e principalmente, sem culpa!
Todas as vezes que vou às livrarias observo pessoas confortávelmente acomodadas no sofá com pilhas de livros sobre o colo, lendo e escolhendos sem nenhuma pressa, entregues plenamente ao prazer da leitura.
Vendo isto não consigo deixar que o meu vergonhoso sentimento de inveja
aflore no meu coração.
Que vontade de fazer o mesmo!
E por que não o faz?
Sou por acaso mais ocupada do que estas pessoas?
Não, nada disso!
É uma questão psicológica, mesmo sem ter a agenda lotada não me permito
dedicar muitas horas apenas ao lazer.
Sinto culpa...
Fico sempre com aquele sentimento de que devo fazer mais obrigações do que mergulhar ao prazer da leitura. Mas, seria a arte apenas lazer ou prazer?
Costumeiramente entro apressada nas livrarias com o nome do livro já escolhido, vou direto ao atendente, pego, pago e corro para algum outro compromisso.
Não sei o que me fez ser uma pessoa assim, sentir tanta culpa quando estou assistindo a uma peça de teatro
maravilhosa, um concerto divino ou lendo... E o pior, quanto melhor é o programa maior é a culpa que me machuca. Estar ali me deliciando sozinha, enquanto outras pessoas não puderam vir ou estão trabalhando.
Não me formei psicóloga, não sei a causa nem encontro motivo para ser assim. Nasci e cresci numa família amante da arte onde leituras eram incentivadas.
Sei apenas que assim sou e isto me tortura.
Quero muito me tornar uma pessoa mais centrada com capacidade de entrega a cada atividade de um modo mais sereno. Resolvi me dedicar um pouco a relaxar,"curtir" mais os prazeres culturais sem culpa.
Fui!
Peguei uma manhã e fui à "mega livraria" passei duas horas escolhendo livros, lendo alguns trechos, sentei-me no sofá tão desejado. Fiquei um pouco incomodada que não precisei disputar pelo sofá, parecia ser um sinal de que as pessoas estão trabalhando ocupadas e eu ali em plena manhã de um dia da semana dentro de uma livraria numa orgia literária...
Não posso dizer ainda que obtive sucesso psicológico em relação à culpa, mas tentei e gostei...
Pretendo aumentar gradualmente a quantidade de horas dentro de livrarias e na mesma proporção ir diminuindo esse meu sentimento que de nada me serve.
Conseguirei?
Veremos.
Eu penso que o importante é tentar, aproveitar os momentos como final e início de ano para um balanço do que estamos fazendo para nos mimarmos um pouco, lutarmos para ganhar momentos prazerosos, pois acredito que é isto que nos torna pessoas menos estressadas e consequentemente mais agradáveis no trato com os outros.
FELIZ ANO NOVO!
Que possamos viver serenamente para sermos felizes e plenas
proporcionando paz a nós mesmos e aos outros!
Observando compromissos e mais compromissos cumpridos ao longo dos doze meses, constatei incomodada que foi um ano culturalmente bastante pobre.
Tive sim alguns dias felizes como ida a concertos, peças de teatro,
porém longe, muito longe do que poderia ter sido.
Perguntei então a mim mesma o que eu gostaria de fazer para compensar isto.
Não precisei pensar duas vezes, já tinha a resposta na ponta da língua.
Respondi que gostaria de ficar por longas horas dentro de uma livraria
sem pressa e principalmente, sem culpa!
Todas as vezes que vou às livrarias observo pessoas confortávelmente acomodadas no sofá com pilhas de livros sobre o colo, lendo e escolhendos sem nenhuma pressa, entregues plenamente ao prazer da leitura.
Vendo isto não consigo deixar que o meu vergonhoso sentimento de inveja
aflore no meu coração.
Que vontade de fazer o mesmo!
E por que não o faz?
Sou por acaso mais ocupada do que estas pessoas?
Não, nada disso!
É uma questão psicológica, mesmo sem ter a agenda lotada não me permito
dedicar muitas horas apenas ao lazer.
Sinto culpa...
Fico sempre com aquele sentimento de que devo fazer mais obrigações do que mergulhar ao prazer da leitura. Mas, seria a arte apenas lazer ou prazer?
Costumeiramente entro apressada nas livrarias com o nome do livro já escolhido, vou direto ao atendente, pego, pago e corro para algum outro compromisso.
Não sei o que me fez ser uma pessoa assim, sentir tanta culpa quando estou assistindo a uma peça de teatro
maravilhosa, um concerto divino ou lendo... E o pior, quanto melhor é o programa maior é a culpa que me machuca. Estar ali me deliciando sozinha, enquanto outras pessoas não puderam vir ou estão trabalhando.
Não me formei psicóloga, não sei a causa nem encontro motivo para ser assim. Nasci e cresci numa família amante da arte onde leituras eram incentivadas.
Sei apenas que assim sou e isto me tortura.
Quero muito me tornar uma pessoa mais centrada com capacidade de entrega a cada atividade de um modo mais sereno. Resolvi me dedicar um pouco a relaxar,"curtir" mais os prazeres culturais sem culpa.
Fui!
Peguei uma manhã e fui à "mega livraria" passei duas horas escolhendo livros, lendo alguns trechos, sentei-me no sofá tão desejado. Fiquei um pouco incomodada que não precisei disputar pelo sofá, parecia ser um sinal de que as pessoas estão trabalhando ocupadas e eu ali em plena manhã de um dia da semana dentro de uma livraria numa orgia literária...
Não posso dizer ainda que obtive sucesso psicológico em relação à culpa, mas tentei e gostei...
Pretendo aumentar gradualmente a quantidade de horas dentro de livrarias e na mesma proporção ir diminuindo esse meu sentimento que de nada me serve.
Conseguirei?
Veremos.
Eu penso que o importante é tentar, aproveitar os momentos como final e início de ano para um balanço do que estamos fazendo para nos mimarmos um pouco, lutarmos para ganhar momentos prazerosos, pois acredito que é isto que nos torna pessoas menos estressadas e consequentemente mais agradáveis no trato com os outros.
FELIZ ANO NOVO!
Que possamos viver serenamente para sermos felizes e plenas
proporcionando paz a nós mesmos e aos outros!
domingo, 18 de dezembro de 2011
Feliz Natal!
Feliz Natal!
Todos os anos faço planos, imagino que este ano farei diferente.
Sinto que estou mantendo a serenidade pensando que não irei enlouquecer fazendo compras, não me desgastarei diante do fogão e que ficarei apenas refletindo sobre o real sentido de Natal.
Ao passar pelo Shopping Center finjo que não estou preocupada e mesmo que eu faça compras vou
manter a calma, não derramarei sequer uma gota de suor disputando numerações de roupas com outras heroínas.
Porém... Ao aproximar a véspera de Natal começo a me sentir incomodada ao constatar que tenho uma considerável quantidade de pessoas que amo e que gostaria de demonstrar o quanto sou grata pela amizade, carinho e dedicação que têm me proporcionado. Ainda assim, tentando manter a serenidade começo a fazer lista destas pessoas e verifico que não são nada poucas... Passo a contar os dias e as horas que poderei dedicar para as compras e divido pela quantidade de pessoas. Vejo que preciso correr, ainda devo levar em consideração que quanto mais os dias se esgotam nada acharei nas lojas pois as consumidoras são espertas, rápidas e endinheiradas.
Mais uma vez começo a sair da minha tranquilidade, penso nisso o dia todo, é preciso incluir o prazo de entrega de Correios para pessoa de outra cidade e sem querer começo a me descabelar, ainda resisto fingindo que está tudo bem, presentes são apenas símbolos materiais. Irei às festas de mãos abanando,
direi que este ano não tive tempo ou que estou muito pobre...
Apenas crianças devem ser poupadas desta falta, para elas darei um jeito...
Sei que por dentro me sentirei ridícula e triste pois eu mesma não me convencerei disto.
Se eu fosse mais organizada, se eu planejasse antes não era preciso me descabelar e frequentar Shopping Center ou lojas lotadas. Mas sou mais uma destas pessoas que deixo para ultima hora, talvez eu ainda não saiba mas desconfio que gosto desta bagunça, desta movimentação, deste corre-corre atrás de presentes para não esquecer de ninguém.
Adoro o sorriso dos amigos quando eles abrem o pacote e me dizem:
-Nossa! É exatamente o livro que eu estava querendo!
ou
-Que lindo! A-do-rei!
Tenho certeza de que uma simples lembrancinha não representa nem um milésimo do quanto sou grata à todas estas pessoas da minha lista, mas quero dizer através destes mimos que lembro-me sempre de você, rezo sempre por você, sou muito feliz por poder lembrar de você!
Então devo correr! Devo suar sim!
Enquanto eu desenhava este cartão de Natal fiquei imaginando como seria maravilhoso se eu pudesse
empacotar e presentear todo meu sentimento, meu desejo e meu agradecimento.
Eu sei, não posso, mas desenhar eu consigo.
Feliz Natal, Amigos Leitores e Amigos Seguidores
que me fizeram sentir que tudo é tão próximo!
Muito obrigada pelo carinho e amizade, desejo que tenham
um lindo Dia de Natal e um 2012 de muitas novidades agradáveis
e que possamos continuar sempre juntos, no coração!
Todos os anos faço planos, imagino que este ano farei diferente.
Sinto que estou mantendo a serenidade pensando que não irei enlouquecer fazendo compras, não me desgastarei diante do fogão e que ficarei apenas refletindo sobre o real sentido de Natal.
Ao passar pelo Shopping Center finjo que não estou preocupada e mesmo que eu faça compras vou
manter a calma, não derramarei sequer uma gota de suor disputando numerações de roupas com outras heroínas.
Porém... Ao aproximar a véspera de Natal começo a me sentir incomodada ao constatar que tenho uma considerável quantidade de pessoas que amo e que gostaria de demonstrar o quanto sou grata pela amizade, carinho e dedicação que têm me proporcionado. Ainda assim, tentando manter a serenidade começo a fazer lista destas pessoas e verifico que não são nada poucas... Passo a contar os dias e as horas que poderei dedicar para as compras e divido pela quantidade de pessoas. Vejo que preciso correr, ainda devo levar em consideração que quanto mais os dias se esgotam nada acharei nas lojas pois as consumidoras são espertas, rápidas e endinheiradas.
Mais uma vez começo a sair da minha tranquilidade, penso nisso o dia todo, é preciso incluir o prazo de entrega de Correios para pessoa de outra cidade e sem querer começo a me descabelar, ainda resisto fingindo que está tudo bem, presentes são apenas símbolos materiais. Irei às festas de mãos abanando,
direi que este ano não tive tempo ou que estou muito pobre...
Apenas crianças devem ser poupadas desta falta, para elas darei um jeito...
Sei que por dentro me sentirei ridícula e triste pois eu mesma não me convencerei disto.
Se eu fosse mais organizada, se eu planejasse antes não era preciso me descabelar e frequentar Shopping Center ou lojas lotadas. Mas sou mais uma destas pessoas que deixo para ultima hora, talvez eu ainda não saiba mas desconfio que gosto desta bagunça, desta movimentação, deste corre-corre atrás de presentes para não esquecer de ninguém.
Adoro o sorriso dos amigos quando eles abrem o pacote e me dizem:
-Nossa! É exatamente o livro que eu estava querendo!
ou
-Que lindo! A-do-rei!
Tenho certeza de que uma simples lembrancinha não representa nem um milésimo do quanto sou grata à todas estas pessoas da minha lista, mas quero dizer através destes mimos que lembro-me sempre de você, rezo sempre por você, sou muito feliz por poder lembrar de você!
Então devo correr! Devo suar sim!
Enquanto eu desenhava este cartão de Natal fiquei imaginando como seria maravilhoso se eu pudesse
empacotar e presentear todo meu sentimento, meu desejo e meu agradecimento.
Eu sei, não posso, mas desenhar eu consigo.
Feliz Natal, Amigos Leitores e Amigos Seguidores
que me fizeram sentir que tudo é tão próximo!
Muito obrigada pelo carinho e amizade, desejo que tenham
um lindo Dia de Natal e um 2012 de muitas novidades agradáveis
e que possamos continuar sempre juntos, no coração!
sábado, 10 de dezembro de 2011
Ver para crer ou imaginar para sonhar... (2/2)
Quando chegamos a este Mundo e carregamos dentro da bagagem
o dom da imaginação aguçada, estamos desembarcando num território
muito, mas muito maior do que qualquer dimensão mensurável.
A imaginação amplia qualquer situação permitindo-nos sentir,
observar, visualizar e concluir muito além do que aparenta a realidade.
É um jogo que deve ser apreciado ludicamente com total ciência de algumas regras.
Do contrário, pode ser decepcionante, dilacerante e danoso.
Como define o nosso grande dicionário "Aurélio ":
" Construir ou conceber na imaginação é o mesmo que fantasiar,
idear, inventar, supor, presumir, conjeturar..."
Pois é... a regra é clara, imaginação é uma fantasia...
Com a sorte de um ganhador de loteria, poderá até coincidir com a realidade?
Talvez sim, talvez não...
Bem, tendo a noção de que assim como temos a liberdade de imaginar temos em igual proporção a de constatar não ser real, então, imaginar fica por nossa conta e risco.
Como eu escrevi na minha postagem anterior, imaginação é uma coisa que me persegue desde a minha mais tenra idade, muitas vezes ela me diverte mas outras também me assusta, me induz ao erro para melhor ou para o pior.
Quando enfrento situações nunca antes vividas, minha imaginação cria monstros e fantasmas assustadores me fazendo sofrer por dias e quando chega a derradeira realidade constato que muito perdi me descabelando por antecipação. Em outras situações mais divertidas, gosto de imaginar personalidades, vozes, gestos de pessoas que conheço apenas por fotografias e é claro raramente minhas imaginações casam-se com a realidade quando as encontro.
Uma moça do nosso convívio casou-se com um moço que conheceu através de cartas e fotografias.
Cada um no seu país, muitas cartas enviadas, um imaginando sobre o outro apenas através de palavras românticas escritas sobre o papel e de algumas fotos.
Conheceram-se pessoalmente com o casamento já marcado.
É claro que personagens de carne e osso foram muito distantes do que as palavras representavam e do que cada um imaginou.
Não que fosse pior ou melhor, apenas diferentes.
Casaram-se e vivem felizes por longos anos.
Familiares curiosos que tiveram acesso às cartas acharam muito engraçado que aquelas palavras adocicadas tenham sido escritas por aquele rapaz tão pragmático, tão distante do que haviam imaginado.
Gosto de pensar que as pessoas não são apenas aquelas que se apresentam, temos várias facetas que vivem escondidos dentro de nós e que dependendo da ocasião elas se apresentam, nos momentos íntimos, da conquista, da fragilidade, da arrogância, da fortaleza, da paixão e do amor.
Frequentemente acabamos por nos surpreender ao constatar facetas de nós mesmos que não havíamos imaginado possuir, às vezes boas, outras ruins, vergonhosas ou até heroicas.
Presumo então que não será a imaginação o culpado.
Ver para crer pode ser necessário, mas a imaginação amplia o nosso mundo,
tempera nossas vidas, faz pulsar nossos corações e é por isso que não consigo me livrar deste vício:
"Imaginar para Sonhar!" .
o dom da imaginação aguçada, estamos desembarcando num território
muito, mas muito maior do que qualquer dimensão mensurável.
A imaginação amplia qualquer situação permitindo-nos sentir,
observar, visualizar e concluir muito além do que aparenta a realidade.
É um jogo que deve ser apreciado ludicamente com total ciência de algumas regras.
Do contrário, pode ser decepcionante, dilacerante e danoso.
Como define o nosso grande dicionário "Aurélio ":
" Construir ou conceber na imaginação é o mesmo que fantasiar,
idear, inventar, supor, presumir, conjeturar..."
Pois é... a regra é clara, imaginação é uma fantasia...
Com a sorte de um ganhador de loteria, poderá até coincidir com a realidade?
Talvez sim, talvez não...
Bem, tendo a noção de que assim como temos a liberdade de imaginar temos em igual proporção a de constatar não ser real, então, imaginar fica por nossa conta e risco.
Como eu escrevi na minha postagem anterior, imaginação é uma coisa que me persegue desde a minha mais tenra idade, muitas vezes ela me diverte mas outras também me assusta, me induz ao erro para melhor ou para o pior.
Quando enfrento situações nunca antes vividas, minha imaginação cria monstros e fantasmas assustadores me fazendo sofrer por dias e quando chega a derradeira realidade constato que muito perdi me descabelando por antecipação. Em outras situações mais divertidas, gosto de imaginar personalidades, vozes, gestos de pessoas que conheço apenas por fotografias e é claro raramente minhas imaginações casam-se com a realidade quando as encontro.
Cada um no seu país, muitas cartas enviadas, um imaginando sobre o outro apenas através de palavras românticas escritas sobre o papel e de algumas fotos.
Conheceram-se pessoalmente com o casamento já marcado.
É claro que personagens de carne e osso foram muito distantes do que as palavras representavam e do que cada um imaginou.
Não que fosse pior ou melhor, apenas diferentes.
Casaram-se e vivem felizes por longos anos.
Familiares curiosos que tiveram acesso às cartas acharam muito engraçado que aquelas palavras adocicadas tenham sido escritas por aquele rapaz tão pragmático, tão distante do que haviam imaginado.
Gosto de pensar que as pessoas não são apenas aquelas que se apresentam, temos várias facetas que vivem escondidos dentro de nós e que dependendo da ocasião elas se apresentam, nos momentos íntimos, da conquista, da fragilidade, da arrogância, da fortaleza, da paixão e do amor.
Frequentemente acabamos por nos surpreender ao constatar facetas de nós mesmos que não havíamos imaginado possuir, às vezes boas, outras ruins, vergonhosas ou até heroicas.
Presumo então que não será a imaginação o culpado.
Ver para crer pode ser necessário, mas a imaginação amplia o nosso mundo,
tempera nossas vidas, faz pulsar nossos corações e é por isso que não consigo me livrar deste vício:
"Imaginar para Sonhar!" .
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Ver para crer ou imaginar para sonhar... (2/1)
Uma imagem, um desenho, uma fotografia, apesar de estáticos, através dos textos elas se personalizam, vidas se emergem. Textos revelam-se vozes.
Dentro da minha imaginação croquis e fotografias se movem, sobrancelhas, bocas, olhos, andares se caracterizam.
Hábito meu da infância até hoje.
Figuras com cabeça em formato de bolinha, corpo, uma linha longa, braços e pernas de linhas curtas para mim possuíam vidas.
Personagens frágeis tinham nomes, personalidades, famílias.
Eles choravam, riam, ficavam bravos e eu a cada traço me alegrava ou sofria solidária.
Mais tarde quando meus desenhos passaram a criar mais formas e volumes passei então a sofisticar essa "loucura" segundo muitos, começando a emprestar minha voz personificando-os melhor.
Bastava desenhar o rosto, enquanto desenhava o resto do corpo eles já começavam a falar através de mim.
Não havia nenhuma loucura nisso, para mim, uma vez criadas elas ocupavam seus lugares neste mundo, ou seja, no meu pequeno mundo infantil. Frequentemente meus pais vinham ver com quem eu estava falando, tamanha era a minha sofisticação criando muitos timbres de vozes de acordo com cada personagem por mim criada.
Também passei a conversar com bonecas e responder por elas sem nunca imaginar que isto não seria "normal" até que...Namorado, amigos passaram a me ver como psicótica, infantilizada, começaram então
a estranhar e ao perceber isto, eu que não sou boba fui me recolhendo à dita "normalidade".
Hoje, ainda continuo a mesma, apenas fiquei mais esperta, me organizei a praticar isto apenas quando estou só.
Opa, estava me esquecendo de citar as flores que retribuem às minhas conversas me envolvendo com
suaves aromas em sinal de amizade.
Dentro da minha imaginação croquis e fotografias se movem, sobrancelhas, bocas, olhos, andares se caracterizam.
Hábito meu da infância até hoje.
Figuras com cabeça em formato de bolinha, corpo, uma linha longa, braços e pernas de linhas curtas para mim possuíam vidas.
Personagens frágeis tinham nomes, personalidades, famílias.
Eles choravam, riam, ficavam bravos e eu a cada traço me alegrava ou sofria solidária.
Mais tarde quando meus desenhos passaram a criar mais formas e volumes passei então a sofisticar essa "loucura" segundo muitos, começando a emprestar minha voz personificando-os melhor.
Bastava desenhar o rosto, enquanto desenhava o resto do corpo eles já começavam a falar através de mim.
Não havia nenhuma loucura nisso, para mim, uma vez criadas elas ocupavam seus lugares neste mundo, ou seja, no meu pequeno mundo infantil. Frequentemente meus pais vinham ver com quem eu estava falando, tamanha era a minha sofisticação criando muitos timbres de vozes de acordo com cada personagem por mim criada.
Também passei a conversar com bonecas e responder por elas sem nunca imaginar que isto não seria "normal" até que...Namorado, amigos passaram a me ver como psicótica, infantilizada, começaram então
a estranhar e ao perceber isto, eu que não sou boba fui me recolhendo à dita "normalidade".
Hoje, ainda continuo a mesma, apenas fiquei mais esperta, me organizei a praticar isto apenas quando estou só.
Opa, estava me esquecendo de citar as flores que retribuem às minhas conversas me envolvendo com
suaves aromas em sinal de amizade.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Blog do Akira.
Entre tantos Blogs que tenho o prazer de visitar, o "Blog do Akira"
é um dos que me proporcionam ter contato com as mais variadas emoções.
A cada leitura são tantos os sentimentos que se agitam dentro de mim que seria
impossível enumerá-los em uma única postagem.
Resolvi então expor as minhas primeiras impressões ao ler o Perfil do Akira.
Como percebe-se pelo nome, descendente de japoneses, assim como eu.
Conceitos pré-determinados ou reais, o fato é que na minha trajetória,
muitas vezes ouvi os seguintes comentários :
-Nossa, você, apesar de ser nissei é extrovertida!
ou ainda:
- Você é japonesinha mas fala alto, expõe seus sentimentos sem problemas.
Não sei precisar quanto aos dados estatístico ou se realmente os orientais são mais contidos no que diz respeito a desnudar o que se passa no seu íntimo. Seriam mais introvertidos, reservados ou tímidos?
Mas ao conhecer o "Blog do Akira" o que me encheu de admiração foi de como ele expõe seus sentimentos abertamente. Com hombridade declara o seu amor pela sua esposa Sueli de uma maneira linda, direta e sincera sem disfarces nem subterfúgios. Um casal maduro, parceiros na vida, na luta, um amor que resistiu inabalável assim como no primeiro encontro.
Assim ele faz também ao expor escancaradamente seu amor pelos filhos, amigos, trabalho, sua comunidade, sua alegria e a sua dor descrevendo seus sentimentos, coreografando palavras de tal forma que nos possibilita vivenciar emoções fazendo de nós cúmplices na alegria e na tristeza.
Por que teríamos receio de expor nossos sentimentos?
Somos todos vulneráveis às emoções, viver não seria acumular sentimentos?
Sofrer, alegrar, amar, iludir, decepcionar, apaixonar!
É tudo que possuímos na vida.
Eu admiro e acredito na generosidade dos que compartilham vivências nos ensinando emoções.
Preciosidades da Vida!
é um dos que me proporcionam ter contato com as mais variadas emoções.
A cada leitura são tantos os sentimentos que se agitam dentro de mim que seria
impossível enumerá-los em uma única postagem.
Resolvi então expor as minhas primeiras impressões ao ler o Perfil do Akira.
Como percebe-se pelo nome, descendente de japoneses, assim como eu.
Conceitos pré-determinados ou reais, o fato é que na minha trajetória,
muitas vezes ouvi os seguintes comentários :
-Nossa, você, apesar de ser nissei é extrovertida!
ou ainda:
- Você é japonesinha mas fala alto, expõe seus sentimentos sem problemas.
Não sei precisar quanto aos dados estatístico ou se realmente os orientais são mais contidos no que diz respeito a desnudar o que se passa no seu íntimo. Seriam mais introvertidos, reservados ou tímidos?
Mas ao conhecer o "Blog do Akira" o que me encheu de admiração foi de como ele expõe seus sentimentos abertamente. Com hombridade declara o seu amor pela sua esposa Sueli de uma maneira linda, direta e sincera sem disfarces nem subterfúgios. Um casal maduro, parceiros na vida, na luta, um amor que resistiu inabalável assim como no primeiro encontro.
Assim ele faz também ao expor escancaradamente seu amor pelos filhos, amigos, trabalho, sua comunidade, sua alegria e a sua dor descrevendo seus sentimentos, coreografando palavras de tal forma que nos possibilita vivenciar emoções fazendo de nós cúmplices na alegria e na tristeza.
Por que teríamos receio de expor nossos sentimentos?
Somos todos vulneráveis às emoções, viver não seria acumular sentimentos?
Sofrer, alegrar, amar, iludir, decepcionar, apaixonar!
É tudo que possuímos na vida.
Eu admiro e acredito na generosidade dos que compartilham vivências nos ensinando emoções.
Preciosidades da Vida!
domingo, 6 de novembro de 2011
Razões para escrever...
Visitando o Blog do Wilson Marques onde ele escreve a sua contribuição para a divulgação e recomendação de livros interessei-me especialmente pela postagem do dia 02 de novembro de 2011 que apresenta o livro "Crônicas de Papel - Razões para gostar de ler" de Januária Cristina Alves (Mercuryo Jovem).
Confesso que fiquei bastante curiosa ao ler a sinopse do livro que expõe a questão:
"Onde uma pessoa sem razões para ler pode encontrar cem razões para ler?
O tema levou-me a refletir também sobre as razões, que temos, dentro de nós, para escrever.
- Por que escrevemos? Por que escrevemos no Blog? Nada ganhamos para isto... alguns dirão.
Motivos são infindáveis, um prazer, um desabafo, uma necessidade, uma contribuição de divulgação cultural, enfim um meio de comunicação onde pessoas se encontram através de palavras e imagens.
Só posso responder por mim e mesmo assim fiz uma pausa para pensar melhor sobre as razões que me acendem a vontade de escrever.
Entre tantas coisas que fazemos por obrigação e necessidade, temos poucas que fazemos apenas e simplesmente pelo prazer.
Devo-me considerar feliz pois tenho duas coisas que tenho um imenso prazer ao fazê-lo, desenhar e escrever.
Dois prazeres que me acompanham desde a minha infância. Tenho guardado comigo ainda, dissertações
e poesias escritas por mim na infância e algumas até em língua japonesa. Não é nehuma obra literária, mas representam o registro dos meus sentimentos, meus anseios e esperanças. E quando as leio encontro comigo criança, adolescente, adulta e entro em contato com as minhas idéias, como eu sentia a vida em cada época da minha vida.
Arrisco-me então a concluir que o prazer que sinto ao escrever está ligado a esta possibilidade fantástica de comunicação, do encontro com as pessoas e principalmente comigo. O prazer de me comunicar, expor meus sentimentos às pessoas que talvez tenham vivenciado os mesmos sentimentos que vivi e vivo.. Escrevendo começamos a nos entender, a assumir quem realmente somos e que muitas vezes enquanto não formatamos nossos sentimentos e experiências vividas em palavras não nos encontramos.
Então temos sim, inúmeras razões para escrever e mais outras mil razões para ler, pois assim como a sinopse do livro citado acima relata, para escrever é preciso ler.
Confesso que fiquei bastante curiosa ao ler a sinopse do livro que expõe a questão:
"Onde uma pessoa sem razões para ler pode encontrar cem razões para ler?
O tema levou-me a refletir também sobre as razões, que temos, dentro de nós, para escrever.
- Por que escrevemos? Por que escrevemos no Blog? Nada ganhamos para isto... alguns dirão.
Motivos são infindáveis, um prazer, um desabafo, uma necessidade, uma contribuição de divulgação cultural, enfim um meio de comunicação onde pessoas se encontram através de palavras e imagens.
Só posso responder por mim e mesmo assim fiz uma pausa para pensar melhor sobre as razões que me acendem a vontade de escrever.
Entre tantas coisas que fazemos por obrigação e necessidade, temos poucas que fazemos apenas e simplesmente pelo prazer.
Devo-me considerar feliz pois tenho duas coisas que tenho um imenso prazer ao fazê-lo, desenhar e escrever.
Dois prazeres que me acompanham desde a minha infância. Tenho guardado comigo ainda, dissertações
e poesias escritas por mim na infância e algumas até em língua japonesa. Não é nehuma obra literária, mas representam o registro dos meus sentimentos, meus anseios e esperanças. E quando as leio encontro comigo criança, adolescente, adulta e entro em contato com as minhas idéias, como eu sentia a vida em cada época da minha vida.
Arrisco-me então a concluir que o prazer que sinto ao escrever está ligado a esta possibilidade fantástica de comunicação, do encontro com as pessoas e principalmente comigo. O prazer de me comunicar, expor meus sentimentos às pessoas que talvez tenham vivenciado os mesmos sentimentos que vivi e vivo.. Escrevendo começamos a nos entender, a assumir quem realmente somos e que muitas vezes enquanto não formatamos nossos sentimentos e experiências vividas em palavras não nos encontramos.
Então temos sim, inúmeras razões para escrever e mais outras mil razões para ler, pois assim como a sinopse do livro citado acima relata, para escrever é preciso ler.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
"Mãe, já é Natal?"
Dona de casa é coisa séria.
Querendo ou não, quase todos os dias acabamos por visitar o supermercado
e o pior, sempre há o que comprar.
É um sabão aqui, uma salsinha ali e vamos deixando lá o nosso dinheirinho.
No mês de setembro em uma destas via crucis no supermercado,
deparei-me com uma enorme montanha formada por caixas de "Panetone".
A minha primeira reação foi:
- Ué! Passaram a comer panetone o ano todo?
Logo percebi que não, faltando ainda quatro meses até o Natal, era mais uma das estratégias comerciais ávidas para seduzir o consumidor fazendo com que comecemos a nos empanturrar com a guloseima cada vez mais cedo.
Fui tomada por uma sensação desagradável, aquela que sentimos quando alguém nos apressa, nos encurrala, nos obriga a andar mais depressa, sem permitir que desfrutemos cada coisa a seu tempo.
Enquanto, revoltada, conversava sobre isso com os meus botões, uma voz meiga característica das crianças, ecoou atrás de mim como uma canção:
- MÃÃÃE, já é Natal? OOOObaaaaa!
Um menino lindo de aproximadamente cinco anos, encontrava-se estático diante da montanha de panetones reluzindo brilhos nos seus olhos! Dentro deles eu podia até ver a alegria e o sonho que o Natal representava para ele.
Talvez ele ainda nem soubesse o real significado do Natal, talvez associasse esta data com presentes, ou quem sabe estaria se lembrando das festas de família, do aroma de uma mesa repleta de comida boa, dos abraços, das brincadeiras, das alegrias de um dia de Natal.
A mãe dele sorriu olhando para mim e disse:
- Quaaaase, ainda vai demoraaar...
Mas a esta altura ele parecia já nem ouvir, estava sim envolvido totalmente em suas imaginações felizes.
Provávelmente daqui por diante irá atormentar sua mãe e de tempos em tempos repetirá a mesma pergunta, ansioso à espera do Natal. Afinal, já existem panetones à venda nos supermercados!
Ter presenciado a alegria do menino olhando para a pilha de panetones fez-me um pouco em paz com o departamento comercial que apressa-nos a consumir o quanto antes os alimentos típicos das festividades.
Para tudo existem dois lados, pensei. A mulher (eu) que se irritou com a pilha de panetones me sentindo pressionada a pensar, antes do tempo, sobre o final do ano que se aproxima e o menino que só via coisas felizes nesta mesma cena.
Tudo bem, se a montanha de panetones anunciando o Natal que chegará apenas daqui a quatro meses
faz uma criança feliz recheando a sua imaginação de esperança, alegria e a certeza do amor que virá,
vou olhar para ela com outros olhos, apenas não cairei na tentação de levar um para minha casa, afinal
tenho mil outras prioridades antes do Natal chegar.
Obrigada, menino de olhos bonitos! Feliz espera pelo Natal!
Querendo ou não, quase todos os dias acabamos por visitar o supermercado
e o pior, sempre há o que comprar.
É um sabão aqui, uma salsinha ali e vamos deixando lá o nosso dinheirinho.
No mês de setembro em uma destas via crucis no supermercado,
deparei-me com uma enorme montanha formada por caixas de "Panetone".
A minha primeira reação foi:
- Ué! Passaram a comer panetone o ano todo?
Logo percebi que não, faltando ainda quatro meses até o Natal, era mais uma das estratégias comerciais ávidas para seduzir o consumidor fazendo com que comecemos a nos empanturrar com a guloseima cada vez mais cedo.
Fui tomada por uma sensação desagradável, aquela que sentimos quando alguém nos apressa, nos encurrala, nos obriga a andar mais depressa, sem permitir que desfrutemos cada coisa a seu tempo.
Enquanto, revoltada, conversava sobre isso com os meus botões, uma voz meiga característica das crianças, ecoou atrás de mim como uma canção:
- MÃÃÃE, já é Natal? OOOObaaaaa!
Um menino lindo de aproximadamente cinco anos, encontrava-se estático diante da montanha de panetones reluzindo brilhos nos seus olhos! Dentro deles eu podia até ver a alegria e o sonho que o Natal representava para ele.
Talvez ele ainda nem soubesse o real significado do Natal, talvez associasse esta data com presentes, ou quem sabe estaria se lembrando das festas de família, do aroma de uma mesa repleta de comida boa, dos abraços, das brincadeiras, das alegrias de um dia de Natal.
A mãe dele sorriu olhando para mim e disse:
- Quaaaase, ainda vai demoraaar...
Mas a esta altura ele parecia já nem ouvir, estava sim envolvido totalmente em suas imaginações felizes.
Provávelmente daqui por diante irá atormentar sua mãe e de tempos em tempos repetirá a mesma pergunta, ansioso à espera do Natal. Afinal, já existem panetones à venda nos supermercados!
Ter presenciado a alegria do menino olhando para a pilha de panetones fez-me um pouco em paz com o departamento comercial que apressa-nos a consumir o quanto antes os alimentos típicos das festividades.
Para tudo existem dois lados, pensei. A mulher (eu) que se irritou com a pilha de panetones me sentindo pressionada a pensar, antes do tempo, sobre o final do ano que se aproxima e o menino que só via coisas felizes nesta mesma cena.
Tudo bem, se a montanha de panetones anunciando o Natal que chegará apenas daqui a quatro meses
faz uma criança feliz recheando a sua imaginação de esperança, alegria e a certeza do amor que virá,
vou olhar para ela com outros olhos, apenas não cairei na tentação de levar um para minha casa, afinal
tenho mil outras prioridades antes do Natal chegar.
Obrigada, menino de olhos bonitos! Feliz espera pelo Natal!
domingo, 16 de outubro de 2011
O Sorriso.
Dia das Crianças é um dia que presenteamos as crianças
e somos presenteados por elas
com alegria e sorrisos sonoros!
com alegria e sorrisos sonoros!
Sorrisos são constituídos de muitos ingredientes:
30% de alegria
30% de energia
30% de inocência
30% de traquinagem
50% de Amor
Conta errada?
Totaliza-se mais do que 100%?
Claro, o sorriso de uma criança é muito mais do que um simples sorriso.
Cada vez que tenho o prazer da companhia dos meus sobrinhos, observo que o sorriso deles representam muito mais que palavras!
Quando estamos todos juntos, brincando em família o que mais me proporciona prazer
é de vê-los explodindo de alegria.
Eles dão tanta risada sonora com o rosto, com as mãos, pernas e o corpo inteiro
que podemos sentir o quanto estão felizes.
Se estou com alguma nuvem escura na minha cabeça, só de vê-los,
brincar com eles, minhas energias são repostas.
Basta olhar para o rostinho puro, meigo, carinhoso deles,
onde só existem alegria e empolgação
que dissipam-se qualquer pessimismo ou preocupação.
O sorriso é o melhor presente que podemos oferecer a alguém,
nele estará todos os sentimentos nobres como bem querer, afeto, carinho e amor.
Sorrisos sinceros não se fabricam, pode até existir quem consiga produzir,
mas basta olharmos com o coração para diferenciar
um sorriso verdadeiro e do falso.
Penso que a vantagem de acrescentarmos anos a mais
em nossas vidas é o olhar, a visão experiente que vamos adquirindo
capacitando-nos em detectar sentimentos verdadeiros.
Sentimentos são infinitos, graus variados, mas a janela da nossa alma
onde tudo transparece e tudo se registra, não se engana.
No olhar das crianças, nas janelas da alma que possuem são tão limpas,
tão verdadeiras que a cada sorriso de uma criança somos transportados para
o Mundo Encantado da Felicidade.
Crianças, o Tesouro mais Nobre e Singular das nossas Vidas!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!
À todas as crianças do Mundo,
MUITO OBRIGADA pelo SORRISO,
pela ALEGRIA,
pela CURIOSIDADE,
pela VIVACIDADE,
pela PUREZA DA ALMA,
e principalmente pelo AMOR E A FELICIDADE
que vocês nos proporcionam a cada minuto
da VIDA!
Naomy
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
A primeira vez.
A primeira vez que sózinha meus passos dei, não me lembro, infelizmente
A primeira vez que senti soltar a mão materna, insegura fiquei
A primeira vez que peguei ao volante, liberdade ganhei
A primeira vez que a paixão me tomou, viva me senti
A primeira vez que vivi o Amor, tive certeza, para sempre seria
A primeira vez que sózinha a porta abri, fragilidade me envolveu
A primeira vez que atravessei a porta comigo apenas, me fez fortaleza
A primeira vez que compreendi a grandeza do verdadeiro amor, me fez plena
A primeira vez que percebi a magia de existir a primeira vez ainda, entendi a maravilha do VIVER.
A primeira vez que senti soltar a mão materna, insegura fiquei
A primeira vez que peguei ao volante, liberdade ganhei
A primeira vez que a paixão me tomou, viva me senti
A primeira vez que vivi o Amor, tive certeza, para sempre seria
A primeira vez que sózinha a porta abri, fragilidade me envolveu
A primeira vez que atravessei a porta comigo apenas, me fez fortaleza
A primeira vez que compreendi a grandeza do verdadeiro amor, me fez plena
A primeira vez que percebi a magia de existir a primeira vez ainda, entendi a maravilha do VIVER.
domingo, 2 de outubro de 2011
A mina da felicidade.
- Que saco! Não entendo! Por que é que todo mundo resolve fazer compras na hora do almoço!
Uma voz estridente tirou minha concentração. Eu que estava com o pensamento totalmente envolvido em meus problemas diários, percebi que havia uma pessoa bem mais irritada do que eu na fila.
Que susto! Virei-me para conhecer a dona da voz.
Era uma senhora volumosa, vestida elegantemente, no pescoço muitos enfeites dourados. Exibia as maçãs do rosto avermelhadas, sobrancelhas arqueadas defendendo aos brados sua ideologia que podia se resumir em:
"Para não me atrapalharem, ninguém, além de mim, deve utilizar-se do supermercado em hora de almoço!"
Olhou para mim arqueando ainda mais suas sobrancelhas como se aguardasse aplausos ou como se fosse me agredir caso eu não concordasse ao seu discurso.
Preferi não engatar o assunto parecia fora de si, fiz "cara de samambaia" e voltei aos meus pensamentos.
Fila de supermercado é um local interessante onde tudo pode acontecer, desde conhecermos pessoas, ganharmos amigas, ouvir sobre tragédias domésticas, sofrimentos amorosos, dicas de cozinha, indicações de viagens, restaurantes para ir e para não ir... E principalmente para entrar em contato com as peculiaridades humanas.
Bem, começando por mim, o meu comportamento numa fila é :
Sou aquela que em dias de bom humor converso, faço amizade, dou risada, mas nos dias menos felizes fico inquieta, ansiosa, não falo e a cada segundo fico contando quantas pessoas ainda faltam na minha frente. Olho a todo instante para o caixa como se isso fosse ajudar a acelerar o processo.
Existem aqueles que cantam, contam piadas, discutem futebol defendendo seus times de coração, dividem seus problemas, enfim é onde pode-se ouvir e ser ouvido. Porém, quando as pessoas se perdem nas inconveniências destoando seu tom de voz, a maioria se assusta e prefere ignorar ou existe também aqueles que são contaminados passando a agir da mesma forma.
Mas a senhora volumosa não encontrou simpatizantes. Todos a ignoraram e ela ficou falando sózinha por muito tempo e olha, ela foi insistente:
-Que saco, estou perdendo todo o meu horário de almoço numa fila de supermercado! Que absurdo!Pessoas que tem tempo livre, que não tem horário de almoço apertado como eu, que venham mais tarde! Que droga! Que saco!
Ela estava perdendo completamente a noção do bom senso.
Poderá existir uma pessoa que realmente acredite nisso?
Permanecer na fila, por si só já não é uma situação agradável, pior ainda é aguentar berros de pessoas inconvenientes. É demais !. Estava se tornando sufocante ouvir aquela voz fina e estridente falando absurdos. Me sentia como se estivesse num deserto sob o sol escaldante, desesperadamente à procura de água.
E ela veio!
A água veio pela voz suave e alegre da moça do caixa que de tão feliz parecia nem se dar conta do escândalo que a figura volumosa estava fazendo na fila.
- Ai, estou tão feliz! Olha que sol lindo que está fazendo hoje, gente! Antes de sair para trabalhar, lavei todas as minhas roupas e deixei penduradinho no varal! Quando eu chegar, vai estar tudo sequinho! Vai estar tudo cheirando sol!
Que coisa deliciosa de se ouvir!
Parecia que eu podia até sentir o aroma do sol nas roupas limpinhas!
- Onde você mora?
Perguntei a ela sorrindo, contagiada pela alegria dela.
- Ah, é muito longe, a senhora não deve conhecer não, tomo duas conduções e ando mais tantos!
Chego lá bem de noitinha! Mas tudo bem, hoje as minhas roupas estão salvas! Ah, se estão!
E riu, uma risada gostosa de uma pessoa que estava realmente se sentindo contemplada pela vida.
Achei-a tão digna, tão merecedora deste sol maravilhoso, deste presente que Deus a enviava!
Era um contraste tão grande entre a amargura da senhora da fila e a alegria da moça do caixa que pude perceber nítidamente onde se encontra a mina da felicidade.
Já com as minhas compras devidamente ensacadas, falei.
- Tchau! Um ótimo dia pra você!
A moça do caixa respondeu com um sorriso mais especial ainda:
- Já éstá sendo! Já está sendo! Tchau! Vai com Deus!
-Obrigada, sei que você já está com Ele!
Uma voz estridente tirou minha concentração. Eu que estava com o pensamento totalmente envolvido em meus problemas diários, percebi que havia uma pessoa bem mais irritada do que eu na fila.
Que susto! Virei-me para conhecer a dona da voz.
Era uma senhora volumosa, vestida elegantemente, no pescoço muitos enfeites dourados. Exibia as maçãs do rosto avermelhadas, sobrancelhas arqueadas defendendo aos brados sua ideologia que podia se resumir em:
"Para não me atrapalharem, ninguém, além de mim, deve utilizar-se do supermercado em hora de almoço!"
Olhou para mim arqueando ainda mais suas sobrancelhas como se aguardasse aplausos ou como se fosse me agredir caso eu não concordasse ao seu discurso.
Preferi não engatar o assunto parecia fora de si, fiz "cara de samambaia" e voltei aos meus pensamentos.
Fila de supermercado é um local interessante onde tudo pode acontecer, desde conhecermos pessoas, ganharmos amigas, ouvir sobre tragédias domésticas, sofrimentos amorosos, dicas de cozinha, indicações de viagens, restaurantes para ir e para não ir... E principalmente para entrar em contato com as peculiaridades humanas.
Bem, começando por mim, o meu comportamento numa fila é :
Sou aquela que em dias de bom humor converso, faço amizade, dou risada, mas nos dias menos felizes fico inquieta, ansiosa, não falo e a cada segundo fico contando quantas pessoas ainda faltam na minha frente. Olho a todo instante para o caixa como se isso fosse ajudar a acelerar o processo.
Existem aqueles que cantam, contam piadas, discutem futebol defendendo seus times de coração, dividem seus problemas, enfim é onde pode-se ouvir e ser ouvido. Porém, quando as pessoas se perdem nas inconveniências destoando seu tom de voz, a maioria se assusta e prefere ignorar ou existe também aqueles que são contaminados passando a agir da mesma forma.
Mas a senhora volumosa não encontrou simpatizantes. Todos a ignoraram e ela ficou falando sózinha por muito tempo e olha, ela foi insistente:
-Que saco, estou perdendo todo o meu horário de almoço numa fila de supermercado! Que absurdo!Pessoas que tem tempo livre, que não tem horário de almoço apertado como eu, que venham mais tarde! Que droga! Que saco!
Ela estava perdendo completamente a noção do bom senso.
Poderá existir uma pessoa que realmente acredite nisso?
Permanecer na fila, por si só já não é uma situação agradável, pior ainda é aguentar berros de pessoas inconvenientes. É demais !. Estava se tornando sufocante ouvir aquela voz fina e estridente falando absurdos. Me sentia como se estivesse num deserto sob o sol escaldante, desesperadamente à procura de água.
E ela veio!
A água veio pela voz suave e alegre da moça do caixa que de tão feliz parecia nem se dar conta do escândalo que a figura volumosa estava fazendo na fila.
- Ai, estou tão feliz! Olha que sol lindo que está fazendo hoje, gente! Antes de sair para trabalhar, lavei todas as minhas roupas e deixei penduradinho no varal! Quando eu chegar, vai estar tudo sequinho! Vai estar tudo cheirando sol!
Parecia que eu podia até sentir o aroma do sol nas roupas limpinhas!
- Onde você mora?
Perguntei a ela sorrindo, contagiada pela alegria dela.
- Ah, é muito longe, a senhora não deve conhecer não, tomo duas conduções e ando mais tantos!
Chego lá bem de noitinha! Mas tudo bem, hoje as minhas roupas estão salvas! Ah, se estão!
E riu, uma risada gostosa de uma pessoa que estava realmente se sentindo contemplada pela vida.
Achei-a tão digna, tão merecedora deste sol maravilhoso, deste presente que Deus a enviava!
Era um contraste tão grande entre a amargura da senhora da fila e a alegria da moça do caixa que pude perceber nítidamente onde se encontra a mina da felicidade.
Já com as minhas compras devidamente ensacadas, falei.
- Tchau! Um ótimo dia pra você!
A moça do caixa respondeu com um sorriso mais especial ainda:
- Já éstá sendo! Já está sendo! Tchau! Vai com Deus!
-Obrigada, sei que você já está com Ele!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Imagens que sobrevivem ao tempo.
Recentemente recebi um email que me fez muito feliz e satisfeita.
A remetente, uma moça do Rio Grande do Sul, me enviava palavras amorosas e gentis citando um livro que ilustrei há muitos anos, "Buraco de Formiga, Buraco de Tatu", história de Lúcia Pimentel Góes - Editora do Brasil.

Ela me contou que possuia o livro desde o jardim da infância até hoje e que as ilustrações haviam-na inspirado muito, passando a ser decisiva na escolha da sua profissão, hoje, ilustradora pubicitária.
Mesmo já trabalhando como publicitária disse ter vontade de se estender profissionalmente como ilustradora de livros e me pedia algumas dicas para se iniciar, anexando seu Blog.
Logo em seguida visitei seu blog e achei seus desenhos muito interessantes, criativos e com personalidade.
Enquanto respondia seu email com algumas orientações não pude deixar de perceber que eu estava respondendo um email para uma moça adulta que me contava ter um livro ilustrado por mim desde a sua vida no jardim da infância. É...O tempo passa mais rápido do que a nossa vontade almeja.
Tudo bem, pois o mais importante disso tudo era o fato de ter tido a oportunidade de me comunicar através dos anos com alguém, pelas ilustrações. E isto é tudo que me encanta!
Alguém que mora tão distante de mim, alguém que dificilmente teria conhecido
não fosse através do livro.
Um livro que foi conservado por tantos anos ao lado dela e que influenciou-a na escolha da sua profissão.
Que felicidade a minha tomar conhecimento disso.
Que felicidade a minha tomar conhecimento disso.
Como eu imaginaria que depois de tanto tempo receberia um feedback, uma mensagem simpática e gentil me contando esta história.
Livros e imagens sobrevivem ao tempo, não terminam.
Criam correntes que um dia, quando menos esperamos somos contempladas com notícas boas como esta.
Desejo do fundo do meu coração que Mariana seja tão feliz quanto eu quando estou ilustrando.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Ter coragem para acreditar.
Desde o dia em que iniciei o meu FotoBlog " Milagres Diários - Mainiti no Kiseki" passei também a me dedicar em fotografar. Meu passatempo tem sido contemplar a natureza ou tudo de belo que nos privilegia com a sua existência.
Indiscutívelmente, a grande maioria das coisas mais belas, encontramos na natureza.
Pura, sem artifícios reinam exibindo toda a sua beleza e majestade.
O que de artificial poderia concorrer com a magnitude de uma floresta, de uma flor, de uma montanha,
do mar e dos bichos que nelas habitam?
É uma concorrência desleal.
O que me deixa mais pensativa é constatar que vivi por tantos anos olhando sem ver.
Sem contemplar como se deve.
A riqueza das cores, variedades, formas, nuances, tons e volumes que a natureza ostenta.
- É daí, o que há de novidade nisso?
Acredito que muitos não entenderão as minhas mais óbvias descobertas.
Olhando os meus registros recentes da natureza em forma de fotografias,
comecei a me interrogar e a cada pergunta indignava mais e mais com a minha falta.
Não, não quero ser fichada como uma pessoa aérea, desligada ou sem concentração.
Eu acreditava ser uma pessoa observadora ou assim pensava ser e vejo que me enganei.
Quantas coisas eu ainda estaria deixando de "ver" nesta vida?
Sinto também que entre as lindas flores, folhas e montanhas há também outros seres que respiram como nós, mas que não enxergamos.
É muito complicado falarmos sobre seres que não vemos pois lembro-me que uma certa ocasião, uma pessoa famosa do meio artístico afirmou acreditar na existencia de duendes e foi então o centro de comentários e gozações.
Bem, não sou famosa, não sou formadora de opinião, concluo que posso me arriscar e dizer que eu gostaria muito de acreditar na existência de gnomos, duendes e fadas.
Na verdade, quando estou entre as flores, sempre procuro por eles desejosa
de ter a capacidade e a sorte de um dia vê-los.
Pensando nisso lembrei das viagens que eu costumava fazer à cidade de Monte Verde(MG).
Na avenida principal da pequena e agradável cidade, onde o cheiro de lenhas sendo queimadas,
ora para preparo de refeições, ora para aquecer às lareiras perfumavam agradávelmente a cidade,
havia uma interessante loja de lembranças.
Por mais que eu me esforce, minha memória insiste em me deixar na mão e não consigo me recordar
do nome da loja.
Uma casa de estilo alpino, paredes de madeira pintada com tintas pretas e telhados vermelhos chamou a nossa atenção. Ao entrarmos no recinto percebemos que era uma loja com uma energia diferente.
O mistério se fazia presente em todos os cantos. Uma senhora sorridente maquiada acentuadamente recebeu-nos com simpatia. Reparei que não havia tantas coisas para se vender. Alguns sabonetes e pedras. Pedras pintadas graciosamente expostas longe do alcance das mãos do cliente, sobre as prateleiras atrás do balcão. Embora muito singelas aguçou minha curiosidade.
Adorei aquilo e fiquei contemplando-as.
Logo a senhora se aproximou de mim dizendo:
- Olhe bem para elas, terá uma que chamará a sua atenção mais especialmente. Olhe com calma.
Imediatamente uma delas com o desenho quase primitivista de uma vista da cidade me cativou. O desenho que me chamou atenção era de uma floresta e no meio dela muitas casinhas de telhados vermelhos sob o céu intensamente azul.
- A segunda da direita para esquerda!
Falei com entusiasmo e certeza.
A senhora de olhares penetrantes sorriu e pegou delicadamente a pedra que indiquei. Ao trazê-la para perto de mim, virou a pedra e mostrou-me o símbolo que havia do outro lado do desenho.
Com carinho disse:
- É o símbolo "terra"! Ela te escolheu. É o que falta em você e ela te complementará.
Adorei este clima de mistério e de fantasia. Aproveitei para conversar com a senhora enquanto minha irmã e a minha amiga escolhiam as suas.
Ela me contou que quando criança e morava na Europa, brincava o dia inteiro entre as florestas e que lá ela sempre encontrava com gnomos.
-Que máximo! Encontrar gnomos!
Me explicou como eles eram, os seus tamanhos e disse que embora aqui muitos não acreditassem, no seu país era uma coisa habitual. Ela parecia ter certeza do que falava.
Achei fantástico, isso explicava aquela energia diferente que pairava na loja e ao redor dessa senhora. Lembro que eu fui tomada por uma enorme vontade de também ter o prazer de encontrar com um gnomo.
Estratégia de vendas? História para enganar clientes?
Não, nestes assuntos não quero ser pragmática, quero acreditar, quero ter coragem de acreditar novamente no fantástico.
Ainda hoje, cada vez que adentro pelas florestas procuro por eles.
Um dia acabo tendo a sorte e o prazer de encontrá-los!
Indiscutívelmente, a grande maioria das coisas mais belas, encontramos na natureza.
Pura, sem artifícios reinam exibindo toda a sua beleza e majestade.
O que de artificial poderia concorrer com a magnitude de uma floresta, de uma flor, de uma montanha,
do mar e dos bichos que nelas habitam?
É uma concorrência desleal.
O que me deixa mais pensativa é constatar que vivi por tantos anos olhando sem ver.
Sem contemplar como se deve.
A riqueza das cores, variedades, formas, nuances, tons e volumes que a natureza ostenta.
- É daí, o que há de novidade nisso?
Acredito que muitos não entenderão as minhas mais óbvias descobertas.
Olhando os meus registros recentes da natureza em forma de fotografias,
comecei a me interrogar e a cada pergunta indignava mais e mais com a minha falta.
Não, não quero ser fichada como uma pessoa aérea, desligada ou sem concentração.
Eu acreditava ser uma pessoa observadora ou assim pensava ser e vejo que me enganei.
Quantas coisas eu ainda estaria deixando de "ver" nesta vida?
Sinto também que entre as lindas flores, folhas e montanhas há também outros seres que respiram como nós, mas que não enxergamos.
É muito complicado falarmos sobre seres que não vemos pois lembro-me que uma certa ocasião, uma pessoa famosa do meio artístico afirmou acreditar na existencia de duendes e foi então o centro de comentários e gozações.
Bem, não sou famosa, não sou formadora de opinião, concluo que posso me arriscar e dizer que eu gostaria muito de acreditar na existência de gnomos, duendes e fadas.
Na verdade, quando estou entre as flores, sempre procuro por eles desejosa
de ter a capacidade e a sorte de um dia vê-los.
Pensando nisso lembrei das viagens que eu costumava fazer à cidade de Monte Verde(MG).
Na avenida principal da pequena e agradável cidade, onde o cheiro de lenhas sendo queimadas,
ora para preparo de refeições, ora para aquecer às lareiras perfumavam agradávelmente a cidade,
havia uma interessante loja de lembranças.
Por mais que eu me esforce, minha memória insiste em me deixar na mão e não consigo me recordar
do nome da loja.
Uma casa de estilo alpino, paredes de madeira pintada com tintas pretas e telhados vermelhos chamou a nossa atenção. Ao entrarmos no recinto percebemos que era uma loja com uma energia diferente.
O mistério se fazia presente em todos os cantos. Uma senhora sorridente maquiada acentuadamente recebeu-nos com simpatia. Reparei que não havia tantas coisas para se vender. Alguns sabonetes e pedras. Pedras pintadas graciosamente expostas longe do alcance das mãos do cliente, sobre as prateleiras atrás do balcão. Embora muito singelas aguçou minha curiosidade.
Adorei aquilo e fiquei contemplando-as.
Logo a senhora se aproximou de mim dizendo:
- Olhe bem para elas, terá uma que chamará a sua atenção mais especialmente. Olhe com calma.
Imediatamente uma delas com o desenho quase primitivista de uma vista da cidade me cativou. O desenho que me chamou atenção era de uma floresta e no meio dela muitas casinhas de telhados vermelhos sob o céu intensamente azul.
- A segunda da direita para esquerda!
Falei com entusiasmo e certeza.
A senhora de olhares penetrantes sorriu e pegou delicadamente a pedra que indiquei. Ao trazê-la para perto de mim, virou a pedra e mostrou-me o símbolo que havia do outro lado do desenho.
Com carinho disse:
- É o símbolo "terra"! Ela te escolheu. É o que falta em você e ela te complementará.
Adorei este clima de mistério e de fantasia. Aproveitei para conversar com a senhora enquanto minha irmã e a minha amiga escolhiam as suas.
Ela me contou que quando criança e morava na Europa, brincava o dia inteiro entre as florestas e que lá ela sempre encontrava com gnomos.
-Que máximo! Encontrar gnomos!
Me explicou como eles eram, os seus tamanhos e disse que embora aqui muitos não acreditassem, no seu país era uma coisa habitual. Ela parecia ter certeza do que falava.
Achei fantástico, isso explicava aquela energia diferente que pairava na loja e ao redor dessa senhora. Lembro que eu fui tomada por uma enorme vontade de também ter o prazer de encontrar com um gnomo.
Estratégia de vendas? História para enganar clientes?
Não, nestes assuntos não quero ser pragmática, quero acreditar, quero ter coragem de acreditar novamente no fantástico.
Ainda hoje, cada vez que adentro pelas florestas procuro por eles.
Um dia acabo tendo a sorte e o prazer de encontrá-los!
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Gentileza。
Ao pararmos diante do farol vermelho, percebi que o motorista do automóvel ao lado gesticulava intensamente chamando a nossa atenção. Entardecer de um domingo chuvoso no centro velho da cidade, muitas estórias ouvidas sobre perigos nos faróis, janelas totalmente fechadas, confesso que hesitei um pouquinho. Porém, logo observei que era alguém pedindo uma informação. Quantas vezes não estivemos nessa situação?
Abri minha janela discretamente para que a chuva não me atingisse e como se isso fosse me proteger de alguma forma do perigo.
O motorista do carro gritou:
- Por favor, eu estou perdido, não sou daqui, preciso chegar
na Av. Nove de Julho. Pode me informar?
Eu que sou absolutamente ignorante no que se refere às ruas do centro da cidade, automaticamente olhei para o lado esquerdo, meu herói ao volante que tudo sabe em matéria de ruas e quebradas.
Imediatamente ele enumerou uma dúzia de ruas, mão e contramão, "direitas e esquerdas" que o homem deveria seguir.
Isto falado quase aos berros pois o barulho da chuva impedia a boa transmissão de sons.
Pela maneira que o homem franziu sua testa demonstrando desânimo, percebemos que estava mais confuso do que antes. Neste momento o farol nos pressionou com o seu "verde".
Estávamos bem longe da Av. Nove de Julho, com certeza o homem iria se perder.
-Vem atrás de nós! Nós deixamos o senhor lá.
Gritamos.
Enquanto o conduzíamos pelos meandros do centro da cidade, nós dois, mesmo em silêncio, tínhamos em nossa memória e no coração, o inesquecível dia em que fomos assolados por um temporal no meio da estrada que leva à cidade de Assis. Também era entardecer, numa estrada sem acostamento, mão dupla e sem ilha central, estávamos sem nenhuma visão. A chuva batia intensamente e assustadoramente sobre os vidros do carro. Foram momentos desesperadores pois não enxergávamos absolutamente nada.
Para-brisas movimentando-se loucamente para a direita e para a esquerda, nada adiantavam.
Deveríamos estacionar? Mas onde? Nem ao menos podíamos ver se havia carro na frente ou atrás.
Seguir? A verdade é que estávamos entre a cruz e a espada.
De repente um vulto enorme, um caminhão baú com todas as suas luzes acesas e sinalizando
seu pisca-pisca, foi posicionando devagar na frente do nosso carro e como uma mão divina que pega nas nossas mãos, conduziu-nos devagar e com carinho, até a cidade de Assis. Fomos seguindo orientado apenas pelo farol traseiro do caminhão, única coisa que podíamos ver.
Quando o caminhoneiro teve certeza de que estávamos seguros estacionado em um posto de gasolina, ele acenou com a sua deliciosa buzina e seguiu seu caminho.
Nós também buzinamos, com o coração cheio de gratidão para aquele ser humano que nunca saberemos seu nome, seu rosto, mas iremos sempre lembrar, agradecer e imitar.
Sempre que for necessário iremos fazer o mesmo que ele fez por nós, uma lição desse caminhoneiro bondoso que estendeu a sua mão para nos socorrer, apenas por humanidade, proteger, garantindo a segurança de seus semelhantes.
Enquanto eu aquecia meu coração com estas recordações já havíamos chegado na Av. Nove de Julho.
Abri a janela. A chuva já dava trégua, indiquei a placa da rua e acenei com a mão, o homem sorriu e empinou seu polegar. Buzinamos em sinal de despedida e o motorista nos retribuiu buzinando várias vezes em sinal de agradecimento.
Enquanto fazíamos o retorno para voltarmos ao nosso caminho,
perguntei ao meu mestre de ruas da cidade:
-Você se lembra do caminhoneiro de Assis?
Ele respondeu:
-Eu estava exatamente pensando nele.
Jamais esquecemos uma gentileza recebida.
Gentileza constroi gentileza.
Abri minha janela discretamente para que a chuva não me atingisse e como se isso fosse me proteger de alguma forma do perigo.
O motorista do carro gritou:
- Por favor, eu estou perdido, não sou daqui, preciso chegar
na Av. Nove de Julho. Pode me informar?
Eu que sou absolutamente ignorante no que se refere às ruas do centro da cidade, automaticamente olhei para o lado esquerdo, meu herói ao volante que tudo sabe em matéria de ruas e quebradas.
Imediatamente ele enumerou uma dúzia de ruas, mão e contramão, "direitas e esquerdas" que o homem deveria seguir.
Isto falado quase aos berros pois o barulho da chuva impedia a boa transmissão de sons.
Pela maneira que o homem franziu sua testa demonstrando desânimo, percebemos que estava mais confuso do que antes. Neste momento o farol nos pressionou com o seu "verde".
Estávamos bem longe da Av. Nove de Julho, com certeza o homem iria se perder.
-Vem atrás de nós! Nós deixamos o senhor lá.
Gritamos.
Enquanto o conduzíamos pelos meandros do centro da cidade, nós dois, mesmo em silêncio, tínhamos em nossa memória e no coração, o inesquecível dia em que fomos assolados por um temporal no meio da estrada que leva à cidade de Assis. Também era entardecer, numa estrada sem acostamento, mão dupla e sem ilha central, estávamos sem nenhuma visão. A chuva batia intensamente e assustadoramente sobre os vidros do carro. Foram momentos desesperadores pois não enxergávamos absolutamente nada.
Para-brisas movimentando-se loucamente para a direita e para a esquerda, nada adiantavam.
Deveríamos estacionar? Mas onde? Nem ao menos podíamos ver se havia carro na frente ou atrás.
Seguir? A verdade é que estávamos entre a cruz e a espada.
De repente um vulto enorme, um caminhão baú com todas as suas luzes acesas e sinalizando
seu pisca-pisca, foi posicionando devagar na frente do nosso carro e como uma mão divina que pega nas nossas mãos, conduziu-nos devagar e com carinho, até a cidade de Assis. Fomos seguindo orientado apenas pelo farol traseiro do caminhão, única coisa que podíamos ver.
Quando o caminhoneiro teve certeza de que estávamos seguros estacionado em um posto de gasolina, ele acenou com a sua deliciosa buzina e seguiu seu caminho.
Nós também buzinamos, com o coração cheio de gratidão para aquele ser humano que nunca saberemos seu nome, seu rosto, mas iremos sempre lembrar, agradecer e imitar.
Sempre que for necessário iremos fazer o mesmo que ele fez por nós, uma lição desse caminhoneiro bondoso que estendeu a sua mão para nos socorrer, apenas por humanidade, proteger, garantindo a segurança de seus semelhantes.
Enquanto eu aquecia meu coração com estas recordações já havíamos chegado na Av. Nove de Julho.
Abri a janela. A chuva já dava trégua, indiquei a placa da rua e acenei com a mão, o homem sorriu e empinou seu polegar. Buzinamos em sinal de despedida e o motorista nos retribuiu buzinando várias vezes em sinal de agradecimento.
Enquanto fazíamos o retorno para voltarmos ao nosso caminho,
perguntei ao meu mestre de ruas da cidade:
-Você se lembra do caminhoneiro de Assis?
Ele respondeu:
-Eu estava exatamente pensando nele.
Jamais esquecemos uma gentileza recebida.
Gentileza constroi gentileza.
sábado, 20 de agosto de 2011
100...
A cada postagem coisas do fundo do meu coração, que muitas vezes meu próprio racional desconhece, se mostram.
Ao escrever, tenho a sensação de que esboça-se um pouco quem sou.
Dias seguidos pensei sobre o que escreveria nesta postagem número 100.
Após concluir 99 observações, confissões e desabafos o que eu teria mais para compartilhar?
E de repente, a suave voz do meu coração disse-me baixinho:
- Ei! Preste atenção! Quando você se entrega à reflexão para poder escrever, você vai se formando.
Coisas nebulosas até mesmo para você se tornam mais visíveis.
Você tem apenas 100 coisas para refletir, dizer e concluir?
Tem noção da quantidade de oportunidades que você viveu?
E as tantas pessoas que você conheceu através deste espaço?
Quando você teria se comunicado tanto assim com pessoas de várias partes do Brasil e até de outros continentes?
Fiquei ao mesmo tempo envergonhada e emocionada.
Realmente...
Sou muito feliz quando escrevo, sinto-me em paz quando desenho.
Faço com muito amor, com muito prazer.
Como anda o meu patrimônio maior, minhas emoções, meu coração que está além das veias?
Seria necessário realizar um Balanço?
Ao assinar meu Balancete conclui que só há Receitas. Despesas não existem.
Hoje percebi, nesta centésima postagem, que acabei de descobrir o segredo de uma empresa próspera e gratificante!
Uma empresa onde só existem ganhos!
Como poderia acontecer tal façanha?
Simplesmente utilizando-se de antigas estratégias, exatamente aquelas utilizadas pelas nossas mães e avós...
Estratégia 1 : "Fazer com Amor"!
Estratégia 2 : "Fazer por Prazer"!
Quando fazemos apenas por amor, quando o objetivo único é nos proporcionar satisfação, só existem ganhos.
E quando estes ganhos chamam-se "Amor e Amizade" a cotação será elevada ao infinito...
Hoje estou me sentindo muito próspera ao postar esta centésima postagem
e tenho certeza de que vontade não me faltará para mais cem.
Muito agradecida à todas as palavras gentis dos carinhosos visitantes e seguidores amigos!
domingo, 14 de agosto de 2011
Feliz Dia dos Pais.
Pai, "Feliz Dia dos Pais!"
Por quantos anos já escrevi e ainda escrevo, sobre um cartão,
esta frase rodeado de corações, flores e estrelas.
Para uma criança, presentear o pai com o desenho de um coração
é a representação máxima do amor que queremos entregar.
Flores são o símbolo do que há de mais belo.
Estrela, pois o estúdio fotográfico do meu pai se chamava
"FOTO ESTRELA".
O que podemos oferecer para aquela pessoa que sempre foi
o nosso protetor, orientador e mesmo
quando as idéias não se compatibilizavam
tivemos e temos a segurança de discutir e brigar pois
temos consciência do seu amor por nós.
Tudo que se compra nunca representará
nem um milésimo ao cubo
do que queremos agradecer
e demosntrar o nosso amor.
Palavras não existem para exprimir o que se chama Amor.
Amor que foi cultivado por tantos anos de companheirismo,
de cuidado e de proteção mútua.
Não é possível descrever a dimensão do amor que sentimos por um pai.
O possível é estar perto dele, cuidá-lo, acompanhá-lo,
trocar idéias, até discutir é permitido
defendendo a minha ideologia e ele a dele,
demonstrá-lo que nada mudou,
que ainda somos aquele pai e filha de tantos anos atrás.
Pai, eu te amo.
Obrigada por ser meu pai.
Feliz Dia dos Pais!
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
1a.FELIT - SBC - FNLIJ
Hoje foi o dia da minha participação na FELIT (Feira Literária)- São Bernardo do Campo a convite do FNLIJ- Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil.
Já faz algum tempo que não me via numa situação assim.
Desenhar diante de um espaço lotado de crianças, sobre um papel gigantesco e com o tempo marcado para encerrar. Uma situação muito diferente do meu cotidiano de uma ilustradora. Quando trabalho no meu atelier-quartinho, fico sózinha, muito à vontade, trabalho sobre a minha mesa, num papel não tão grande ao som de uma música. Rabisco, rabisco até esquentar a idéia, erro, arrumo sem que ninguém me veja e no final todos vêem apenas aquela ilustração prontinha.
Na apresentação do Performance do Ilustrador desenhamos em pé, num painel na vertical, bem maior do que a minha altura. Atrás de mim muitas crianças, com seus olhinhos brilhantes, à espera do desenho que sairá das minhas mãos. É um desafio interessante, um tanto tenso, mas muito proveitoso. Enquanto desenhamos as crianças vão fazendo perguntas e isto vai nos deixando mais à vontade. Crianças são sempre muito graciosas e também surpreendem com perguntas interessantes que muitas vezes nunca havíamos pensado a respeito. São também muito generosos e gentis, fazem questão de nos transmitir que estão gostando muito, que está ficando bonito.
No final quando foram comunicados que a apresentação já estava encerrando, muitas crianças ficaram ansiosos querendo fazer perguntas e também faziam questão de me contar o que sentiram.
Cada palavrinha destas lindas crianças absorvi, com gratidão, em forma de energia, me deixando feliz e com vontade de desenhar cada vez mais.
Ao encerrarmos, uma menina miudinha que a sua altura batia na minha cintura (e olha que sou muito baixinha), chegou correndo perto de mim, olhou carinhosamente, me abraçou forte e assim permaneceu um tempão sem nada dizer, olhou novamente e com um sorriso meigo disse baixinho:
-Obrigada!
Nossa! Que delícia!
Eu é que devo agradecer muito por tanto carinho destas crianças fofas!
Muito obrigada por vocês existirem!
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Essencial.
No bairro onde moro tem, acredito que no seu também tenha.
No meu bairro tem um morador que elegeu as calçadas como a sua residência.
Morador itinerante, cada dia numa calçada, de preferência as mais amplas, ensolaradas, com boas coberturas.
Convidou para acompanhá-lo na sua vida cigana, dois cachorros. Bem tratados, os cachorros têm seu quinhão garantido nos cobertores e nas refeições que dividem igualmente em três partes.
Móveis e utensílios? Guarda-roupas? Não, nada disso é necessário, ele é um homem livre de todos estes instrumentos que fazem volume, obrigando-nos a arcar com espaços maiores e então passarmos a vida pagando aluguéis ou financiamentos imobiliários e valores altos em taxas de condomínios.
Ele parece muito satisfeito com a sua vida, sempre cantando alto, espalhando-se nas calçadas e os cachorros mais felizes ainda, pois têm a companhia constante do seu amigo, dono e rei.
Tudo que eles possuem e carregam pela vida se encaixa num pequeno carrinho de supermercado que possui(não sei de que forma). Dois enormes cobertores e um saco de lixo preto com alguns pertences.
Televisão? Para que ele precisaria de um? Nas ruas ele assiste a movimentação em tempo real, cenas da vida ao vivo em todas as cores, sem interferência da máquina. Rádio? Não, também não precisa, ele canta, canta uma música improvisada, onde ele declama seus sonhos e desabafos.
Observava esta cena enquanto eu aguardava o farol de pedestres me sinalizar passagem.
Uma senhora se aproximou de mim e comentou:
- Como este homem é leve! Eu tenho tanta "bugiganga" na minha casa! Me dá um trabalhão mantê-los!
- Pois é...
Respondi e antes que eu completasse a frase ela tirou as palavras da minha boca.
- Do que realmente nós precisamos para viver? Lógico que não precisaria chegar a imitar este homem,
mas eu tenho certeza que não preciso nem da metade das coisas que eu tenho lá em casa.
- É...
Eu também pensava exatamente sobre isso.
O que realmente é indispensável para nós? O que caberia na nossa mala de viagem se resolvessemos ser andarilhos?
Nos espalhamos tanto egoísticamente pela vida e pela nossa casa que ficamos sem condições de elegermos o que seria absolutamente essencial para a nossa vida e assim vamos acumulando coisas.
Falar sobre o que é materialmente essecial em nossa vida parece difícil. Deixaremos para pensar com mais calma.
E sentimentalmente o que escolheríamos como essencial em nossa vida?
Ah! Isso não me deixa nem um pouco confusa.
Tudo que cabe na minha pequena mala de viagem da vida é:
Amor, Amizade e Fé!
terça-feira, 26 de julho de 2011
O que você vai ser quando crescer?
É uma pergunta que desde a nossa infância cansamos de ouvir.
Cansamos?
Nem tanto, era até divertido responder a estas perguntas.
Sabíamos o que significava crescer? Hummm... Acho que não.
Crescer, para mim, era apenas crescer de tamanho e ficar com o rosto de adulto.
Me tornar uma pessoa alta, adulta, bonita e maquiada, poder calçar sapatos de salto alto, carregar uma bolsa cheia de coisas de moça, batom, pó de arroz, espelho, pente, documentos e principalmente talão de cheque com caneta bem chique! Não que eu tivesse consciência da necessidade material e do poder financeiro, apenas achava muito elegante preencher um cheque, destacá-lo do talão e entregar a alguém.
Isso era tudo que eu tinha conhecimento sobre crescer. Afinal não se conta detalhadamente a uma criança que quando crescer será necessário adquirir responsabilidade, criar discernimento para entender o que é ser politicamente correto e incorreto, saber tomar decisões, ter maturidade para custear sua própria independência financeira e ainda uma infinidade de coisas que são necessárias para vencer cada etapa da vida e então chegarmos a ser uma pessoa dita "crescida".
Cansamos?
Nem tanto, era até divertido responder a estas perguntas.
Sabíamos o que significava crescer? Hummm... Acho que não.
Crescer, para mim, era apenas crescer de tamanho e ficar com o rosto de adulto.
Me tornar uma pessoa alta, adulta, bonita e maquiada, poder calçar sapatos de salto alto, carregar uma bolsa cheia de coisas de moça, batom, pó de arroz, espelho, pente, documentos e principalmente talão de cheque com caneta bem chique! Não que eu tivesse consciência da necessidade material e do poder financeiro, apenas achava muito elegante preencher um cheque, destacá-lo do talão e entregar a alguém.
Isso era tudo que eu tinha conhecimento sobre crescer. Afinal não se conta detalhadamente a uma criança que quando crescer será necessário adquirir responsabilidade, criar discernimento para entender o que é ser politicamente correto e incorreto, saber tomar decisões, ter maturidade para custear sua própria independência financeira e ainda uma infinidade de coisas que são necessárias para vencer cada etapa da vida e então chegarmos a ser uma pessoa dita "crescida".
Na minha imaginação infantil, milagrosamente ou através de uma varinha mágica, quando crescesse
e tornasse adulto, estaria naturalmente empregada num bom emprego. Como aquela instituição bancária que ficava perto da minha casa. Sentada na praça, passava minhas tardes contemplando as moças que lá trabalhavam e no horário de almoço descansavam na praça. Admirava aquelas moças vestidas com saias justas, camisas alvas, colar no pescoço, sapatos de salto alto e bico fino, cabelos bem penteados, maquiadas com muito lápis e rímel nos olhos e bocas bem marcadas com batons vermelhos. Nem sequer imaginava como era o trabalho delas, sabia apenas que quando eu ia ao banco com meu pai, elas recebiam dinheiro e carimbavam muitos papéis. Parecia ser muito divertido passar o dia carimbando papéis!
E então eu decidia que quando crescesse seria uma bancária!
Na escola, admirava minha professora, tão cheirosa, tão elegante, tão bem vestida, inteligente e tão amorosa! Eu adorava a Dona Nazareth, minha professora!
Então eu decidia que quando eu crescesse seria professora!
Quando ia nas consultas médicas, ficava encantada com as médicas vestidas com o avental branco e reluzente, estetoscópio pendurado no pescoço, assim como adorava as enfermeiras tão boazinhas que me enchiam de carinho. E então eu ficava dividida entre ser médica ou enfermeira.
Apenas não me lembro de um dia ter repondido a alguém que quando crescesse seria desenhista. Mesmo sendo criança, talvez eu tivesse a sensação de que trabalho não era diversão e desenho para mim era o prazer máximo!
Naquela época, apenas após terminadas as obrigações podíamos nos entregar ao prazer de desenhar e assim, desenhar ficou sendo para mim aquele momento que merecemos usufruir após concluir tarefas obrigatórias como estudar, fazer as lições de casa e ajudar nos trabalhos domésticos.
Ao som de uma linda música e me entregando nesta ilustração, minha cabeça se divertia recordando estas
coisas da infância. Pois bem, estou aqui, crescida, adulta e continuo desenhando e pintando-o com lápis de cor, exatamente como fazia quando criança. Não uso saias justas, nem sapatos de saltos muito altos,
me maquio apenas com moderação, mas o melhor de tudo é que ainda desenho todos os dias, tal qual quando criança!
E se por acaso alguém me perguntar o que eu ainda gostaria de ser, eu tenho a resposta na ponta da língua.
Eu gostaria de ser violinista e fazer parte de uma orquestra!
Ah! E se esse alguém for o mago da lâmpada e me conceder a possibilidade de fazer mais pedidos, gostaria de ser também bem bonita, magra e de cabelos esvoaçantes exatamente como a moça da minha ilustração.
Não custa nada sonhar!
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