Lentamente, sobre a terra, giramos novamente por trezentos e sessenta e cinco dias e seis horas ao redor do sol.
É impossível deixar de pensar sobre o que fiz durante todos estes dias, horas e minutos neste ano que se finda. Vejo a minha agenda-calendário e verifico que tive uma enorme quantidade de compromissos e obrigações que fui cumprido a cada dia. Constato também satisfeita que este ano além das obrigações me empenhei em agradar também a minha alma. A cada mês vejo lembretes dos dias agendados para assistir a peças teatrais, concertos e exposições que fui ticando a cada evento que contemplei.
Cada um tem a sua maneira de preencher e satisfazer a sua alma. Indo a um bom restaurante, fazendo compras, indo aos salões de belezas, viajando, namorando...
Para mim o que me alimenta, me revigora é apreciar as obras que são frutos do talento e do esforço artístico do ser humano.
Nossos prazeres são mutantes e evoluem juntamente com a nossa maturidade. Na minha infância por exemplo o que me dava um enorme prazer era desenhar, brincar de faz-de-conta, me transformando em professora, médica, enfermeira, desenhista ou estilista. A cada etapa da vida vivemos tão centradas em nossas buscas que muitas vezes deixamos de perceber a quantidade estonteante de dias e horas que caminhamos e respiramos a cada ano.
Na adolescência, não percebi o tempo passar me concentrando na descoberta da paixão, vivendo e registrando meus sentimentos nos meus diários. Na pós-adolescência não reparei o tempo passar me dedicando nos estudos e correndo atrás dos meus sonhos. Conseguir uma vaga numa universidade pública, escolher a minha futura profissão era tudo que importava. A cada consquista fui feliz sentindo que os dias e os anos não haviam sido em vão. Atingindo a maioridade, já formada e empregada a vida se estabilizou, vivi dias, meses e anos de calmaria sem grandes agitações nem emoções, até encontrar um grande amor. Já mais madura me deparei com uma inevitável encruzilhada. Fazer a escolha entre a profissão dita "segura" ou transformar em profissão a minha paixão, o desenho, a ilustração.
Não posso dizer que tenha sido fácil, muito menos que o caminho não tenha sido íngreme e mais uma vez não vi o tempo passar. Sinto que cheguei rápidamente aos dias atuais sem olhar para a contabilidade do tempo. Graças a Deus cada dia, cada ano foi gratificante por tudo que aprendi, pelas pessoas que conheci e principalmente por ter aprendido a me conhecer, saber dos meus limites, da minha garra, de entender como a vida acontece e descobrir a minha real paixão. Aprendi a não ser tão exigente com os outros e principalmente comigo mesma, saber esperar, perceber que não se consegue encerrar tudo que começamos apenas por que o ano se finda, que não podemos nem conseguimos entrar para o novo ano com tudo resolvido, sem pendências e que as coisas não acontecem como gostaríamos e sim como deve ser, cada coisa a seu tempo.
Lembro-me que quando criança, minha mãe, eu e a minha irmã limpávamos toda a casa, arrumávamos tudo, canto por canto até os últimos minutos do último dia do ano para iniciarmos o novo ano com tudo limpo, lavado, passado e novo! No primeiro dia do novo ano estávamos exaustas, contudo começávamos o ano com a sensação de começar do zero, se é que isso é possível. Hoje, tento deixar a vida em ordem até onde consigo, tendo a consciência de que nem sempre o que consigo é tudo que gostaria e que nem por isto sou menos feliz, muito pelo contrário.
Procuro me poupar, ser menos rígida comigo, me permitir ter fôlego, respirar para continuar caminhando tranquila ainda por muitos anos, usufruindo da vida e completando o meu aprendizado.
Entender que o ano é a consequência do anterior e que o ano que se finda passa a ser história para se viver o outro utilizando-se das experiências e recordações acumuladas de todos que vivemos até hoje!
Feliz Ano Novo!
Que o ano de 2011 nos traga muita paz nos nossos corações e os aqueça com muitas alegrias!
Muito obrigada à todas as pessoas que me fazem feliz me cercando de carinho, dedicando-me amor, cuidando de mim, ajudando-me a viver forte com coragem e alegria!
Muito obrigada à todos os leitores e seguidores do meu Blog me emprestando seus olhos e sentimentos para compartilhar os meus!
Desejo intensamente à todos muita sorte, saúde e Amor!
Convido a todos que continuem me visitando em 2011 escrevendo-me as suas apreciações.
Um grande beijo no coração de todos!
Naomy Kuroda.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Feliz Natal!
- O que é que você quer ganhar de presente no Natal?
Perguntou, o meu amor.
Quando alguém nos dá esta oportunidade e liberdade, nossos olhos giram, giram à procura de algo muito especial. Cheia de ansiedade para aproveitarmos da situação e escolher um presente caro ou alguma coisa que não podemos ganhar no dia-a-dia, acabamos por não chegar à nenhuma conclusão. Muitas coisas passaram pela minha cabeça, mas é claro, não poderia exagerar, pareceria que sou interesseira,
então fiz "um doce".
Com uma voz humilde e delicada respondi:
então fiz "um doce".
Com uma voz humilde e delicada respondi:
- Ah, não sei... não esquenta, tenho tudo que preciso, você!
Aguardei em seguida que ele insistisse na proposta. Cheia de esperança já havia preparado uma resposta, porém sendo ele experiente, astuto e brincalhão disse:
- Ah, não vai querer nada, que bom, então vou comprar algo para mim.
Sorriu se divertindo e esperou minha reação.
Enquanto fazíamos este jogo minha memória convidou-me a entrar na máquina do tempo.
Topei. Viajei, viajei pelo tempo e cheguei à minha infância. Uma época em que ganhávamos presentes apenas nos aniversários e nos Natais. Dia das crianças, nada ganhávamos e na escola cantávamos:
- Criança feliz, feliz a cantar...
http://letras.terra.com.br/turma-do-re-mi/145018
Realmente mesmo sem presentes éramos felizes, muito felizes!http://letras.terra.com.br/turma-do-re-mi/145018
Nos aniversários ganhávamos livros de "Mangá"(HQ japonês). Natais, às vezes brinquedos ou roupas...
A máquina do tempo me conduziu ao tempo em que ainda acreditávamos em Papai Noel. Eu e a minha irmã de pijama e camisola, pendurávamos as nossas meias na janela e nos preocupávamos com o tamanho das nossas meias que eram muito pequenas. Temíamos que os nossos presentes seriam minúsculos como os nossos pés. Havia um outro grande problema: a necessidade de adormecer o quanto antes, do contrário, Papai Noel não nos visitaria e consequentemente não ganharíamos os presentes.
Tentava de todas as formas pegar no sono, contar carneirinho, fechar bem os olhos, mas a ansiedade me deixava totalmente vigilante.
Entrei em desespero, comecei a chorar pedindo socorro para minha irmã:
- Não consigo dormir, o que vamos fazer, o Papai Noel não virá...
Minha irmã, do alto da sua serenidade de irmã mais velha apenas repetia:
- Dorme, dorme quietinha...
Minha irmã, do alto da sua serenidade de irmã mais velha apenas repetia:
- Dorme, dorme quietinha...
Chorei, chorei, cansada, adormeci.
Na manhã seguinte os nossos presentes estavam lá.
Na manhã seguinte os nossos presentes estavam lá.
Não eram grandes, entretanto não estavam dentro das meias, estavam ao lado dos nossos travesseiros.
Comparados aos brinquedos de hoje o nosso presente era tão singelo e de tão singelo, era especial, cheio de amor. Era um brinquedo feito de lata, um boneco sobre uma bicicleta que ao dar corda girava, girava e atrás do seu assento girava também algo como um peão e o seu desenho de redemoinho rodava, rodava e então ficávamos paralizadas contemplando este brinquedo tão lindo! Cada uma com o seu brinquedo nas mãos, sorríamos com o coração cheio de gratidão e felicidade! Hoje, tenho quase certeza de que no fundo percebíamos que eram presentes comprados pelos nossos pais. E sentíamos docemente o carinho deles nos nossos corações.
Tantos presentes lindos e especiais já ganhei até hoje, porém sempre acabo me recordando deste brinquedo que nos foi presenteado numa época de difícil situação financeira, mas que meus pais jamais nos privaram de vivermos a alegria de receber um presente com um pouco de magia, cor e alegria.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Sembazuru (1000 tsurus)
"Dedicação", "Perseverança", "Generosidade", "Carinho" e "Amor".
Acredito que 1000 tsurus de origami representam lindamente estas palavras.
"Tsuru", palavra de origem japonesa que significa ave aquática "grou".
Tsuru também é o simbolo da arte do Origami japonês. Origami, arte da dobradura (ori= dobrar e kami=papel / Kami escrita em outro ideograma significa Deus) onde tsuru é a representação da saúde, felicidade e sorte. Diz-se no Japão que ao dobrar 1000 tsurus desejando ao próximo saúde, felicidade e boa sorte a cada dobra, o pedido será atendido.
Para uma breve história sobre esta arte e o seu significado: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/origami/origami-3.php.
Na sala da minha casa tenho o prazer de contemplar diáriamente um lindo móbile com 1000 tsurus fruto de um amor sincero de uma pessoa que entrou na minha vida através de um outro amor, do meu irmão por ela.
Minha cunhada, esposa do meu irmão, mãe dos meus dois amados sobrinhos. Uma irmãzinha querida, minha amiga de risadas, brigas, lágrimas, fofocas, mas principalmente de uma amizade sincera e verdadeira. Dedicar algo a alguém é muito fácil quando compramos e presenteamos. Presentearmos alguém com algo que confeccionamos é outro sabor, outro amor e outro empenho. Há alguns anos, num momento difícil da minha vida, recebi um grande pacote de presente num dia que não era meu aniversário nem dia de Natal. Minha cunhada me entregou o pacote sem nada dizer. Sem entender nada ao abrí-lo e perceber que se tratava de "Sembazuru" confeccionado e dedicado a mim, lágrimas subiram em golfadas do meu coração, nada consegui falar. "Arigatou" (muito obrigada em japonês), única palavra que saiu da minha boca entre soluços, expressava todo meu sentimento de gratidão pela sua amizade sincera e amor que ela dedicava a mim, assim como o meu sentimento de felicidade pela existência de uma pessoa que torcia por mim e dizia através dos tsurus, "Nós te amamos". A cada intervalo dos seus afazeres, que não são nada poucos, ela havia dobrado 1000 micro tsurus me desejando saúde, felicidade e boa sorte a cada dobra.
Diáriamente frequentava a casa dela, nunca havia percebido nem rastro do que ela estava confeccionando para mim. Meus sobrinhos, tão pequenos ainda, souberam manter-se firmes no silêncio para fazer a surpresa para tia. Confeccionar 1000 micro tsurus de origami em tão pouco tempo cuidando dos seus dois filhos, marido e agenda cheia, só com muita dedicação, perseverança, generosidade, carinho e amor.
Tenho uma imensa gratidão e orgulho desta irmãzinha que faz parte da minha vida me fortalecendo e me ensinando que amor não precisa ser anunciado, apenas dedicado e sentido. São estes gestos que concretizam a existência de um sentimento, não palpável em absolutamente real.
Mais um Natal está para chegar.
Natal, aniversário do menino Jesus.
Jesus que nos ensina a amar, perdoar, agradecer, encontrarmos o único e grande propósito da vida que está muito longe dos shoppings centers e das comilanças.
AMOR, o grande e único propósito da vida.
Acredito que 1000 tsurus de origami representam lindamente estas palavras.
"Tsuru", palavra de origem japonesa que significa ave aquática "grou".
Tsuru também é o simbolo da arte do Origami japonês. Origami, arte da dobradura (ori= dobrar e kami=papel / Kami escrita em outro ideograma significa Deus) onde tsuru é a representação da saúde, felicidade e sorte. Diz-se no Japão que ao dobrar 1000 tsurus desejando ao próximo saúde, felicidade e boa sorte a cada dobra, o pedido será atendido.
Para uma breve história sobre esta arte e o seu significado: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/origami/origami-3.php.
Na sala da minha casa tenho o prazer de contemplar diáriamente um lindo móbile com 1000 tsurus fruto de um amor sincero de uma pessoa que entrou na minha vida através de um outro amor, do meu irmão por ela.
Minha cunhada, esposa do meu irmão, mãe dos meus dois amados sobrinhos. Uma irmãzinha querida, minha amiga de risadas, brigas, lágrimas, fofocas, mas principalmente de uma amizade sincera e verdadeira. Dedicar algo a alguém é muito fácil quando compramos e presenteamos. Presentearmos alguém com algo que confeccionamos é outro sabor, outro amor e outro empenho. Há alguns anos, num momento difícil da minha vida, recebi um grande pacote de presente num dia que não era meu aniversário nem dia de Natal. Minha cunhada me entregou o pacote sem nada dizer. Sem entender nada ao abrí-lo e perceber que se tratava de "Sembazuru" confeccionado e dedicado a mim, lágrimas subiram em golfadas do meu coração, nada consegui falar. "Arigatou" (muito obrigada em japonês), única palavra que saiu da minha boca entre soluços, expressava todo meu sentimento de gratidão pela sua amizade sincera e amor que ela dedicava a mim, assim como o meu sentimento de felicidade pela existência de uma pessoa que torcia por mim e dizia através dos tsurus, "Nós te amamos". A cada intervalo dos seus afazeres, que não são nada poucos, ela havia dobrado 1000 micro tsurus me desejando saúde, felicidade e boa sorte a cada dobra.
Diáriamente frequentava a casa dela, nunca havia percebido nem rastro do que ela estava confeccionando para mim. Meus sobrinhos, tão pequenos ainda, souberam manter-se firmes no silêncio para fazer a surpresa para tia. Confeccionar 1000 micro tsurus de origami em tão pouco tempo cuidando dos seus dois filhos, marido e agenda cheia, só com muita dedicação, perseverança, generosidade, carinho e amor.
Tenho uma imensa gratidão e orgulho desta irmãzinha que faz parte da minha vida me fortalecendo e me ensinando que amor não precisa ser anunciado, apenas dedicado e sentido. São estes gestos que concretizam a existência de um sentimento, não palpável em absolutamente real.
Mais um Natal está para chegar.
Natal, aniversário do menino Jesus.
Jesus que nos ensina a amar, perdoar, agradecer, encontrarmos o único e grande propósito da vida que está muito longe dos shoppings centers e das comilanças.
AMOR, o grande e único propósito da vida.
Assinar:
Postagens (Atom)