Assistindo ao filme "As melhores coisas do mundo" de Lais Bodanzky refleti sobre vários temas da vida e do comportamento humano.
Em primeiro lugar, me atingiu profundamente a idéia do preconceito, pré-julgamento, que por mais que pensamos estar imunes, não estamos. Inicialmente fiquei muito surpresa ao constatar que os jovens adolescentes que considero livres, modernos e inovadores também carregam dentro de si ideologias conservadoras e preconceituosas e ao mesmo tempo são vítimas delas. Alvos também do inconsciente coletivo, discriminação e do julgamento banal de comportamentos alheios. E no meio disso tudo eles precisam sobreviver sem saber o caminho que devem seguir, como entender seus próprios sentimentos, sem orientação pois os adultos também vivem sem certezas sem definições das idéias, dos próprios sentimentos e como devem se comportar para não sofrerem acusações de reacionários e antiquados. Pensando nisso tudo também fiquei muito surpresa com o meu próprio pré-julgamento que me faz pensar que os jovens de hoje são livres, modernos e inovadores, como se fosse mais fácil e simples ser adolescente nos dias de hoje. O que me faz pensar que eles sejam tão diferentes do adolescente que um dia fui? São apenas jovens que foram gerados e criados pelos adultos de hoje, adolescentes de ontem. Jovens que precisam conviver no seu cotidiano com a banalização dos segredos íntimos, bulying, preconceitos sobre as opções sexuais, descoberta dos próprios sentimentos e a necessidade de encontrar o seu próprio "eu" no meio deste turbilhão de emoções.
É muito interessante quando o personagem principal diz que não teria preconceito de nada se acontecesse a mesma situação com outra pessoa, o problema é que a situação é com ele.
Quando não estamos sendo alvos de uma situação constrangedora podemos dizer elegantemente que somos liberais, sem preconceitos. Tudo isso faz com que precisemos refletir sobre as nossas condutas morais e comportamentais.
Mas "a melhor coisa do mundo" é a constatação de que todos somos iguais, com as mesmas fragilidades, emoções, e ainda, o melhor é constatarmos que ninguém é melhor do que ninguém e que sempre precisamos um do outro. O mais importante é a compreensão e o amor sem julgamentos.
Os jovens atores que, sob a direção maravilhosa da Laís Bodanzky, dão o recado com as suas ótimas atuações nos alegra prometendo o futuro cada vez melhor ao filme nacional.