terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz Natal!


- O que é que você quer ganhar de presente no Natal?
Perguntou, o meu amor.
Quando alguém nos dá esta oportunidade e liberdade, nossos olhos giram, giram à procura de algo muito especial.  Cheia de ansiedade para aproveitarmos da situação e escolher um presente caro ou alguma coisa que não podemos ganhar no dia-a-dia, acabamos por não chegar à nenhuma conclusão. Muitas coisas passaram pela minha cabeça, mas é claro, não poderia exagerar, pareceria que sou interesseira,
então fiz "um doce". 
Com uma voz humilde e delicada respondi:
- Ah, não sei... não esquenta, tenho tudo que preciso, você!
Aguardei em seguida que ele insistisse na proposta. Cheia de esperança já havia preparado uma resposta, porém sendo ele experiente, astuto e brincalhão disse:
- Ah, não vai querer nada, que bom, então vou comprar algo para mim.
Sorriu se divertindo e esperou minha reação.
Enquanto fazíamos este jogo minha memória convidou-me a entrar na máquina do tempo.
Topei. Viajei, viajei pelo tempo e cheguei à minha infância. Uma época em que ganhávamos presentes apenas nos aniversários e nos Natais.  Dia das crianças, nada ganhávamos  e  na escola cantávamos:
- Criança feliz, feliz a cantar...
http://letras.terra.com.br/turma-do-re-mi/145018
Realmente mesmo sem presentes éramos felizes, muito felizes!
Nos aniversários ganhávamos livros de "Mangá"(HQ japonês). Natais, às vezes brinquedos ou roupas...
A máquina do tempo me conduziu ao tempo em que ainda acreditávamos em Papai Noel. Eu e a minha irmã de pijama e camisola, pendurávamos as nossas meias na janela e nos preocupávamos com o tamanho das nossas meias que eram muito pequenas. Temíamos que os nossos presentes seriam minúsculos como os nossos pés. Havia um outro grande problema:  a necessidade de adormecer o quanto antes, do contrário, Papai Noel não nos visitaria e consequentemente não ganharíamos os presentes.
Tentava de todas as formas pegar no sono, contar carneirinho, fechar bem os olhos, mas a ansiedade me deixava totalmente vigilante.
Entrei em desespero, comecei a chorar pedindo socorro para minha irmã:
- Não consigo dormir, o que vamos fazer, o Papai Noel não virá...
Minha irmã, do alto da sua serenidade de irmã mais velha apenas repetia:
- Dorme, dorme quietinha...
Chorei, chorei, cansada, adormeci.
Na manhã seguinte os nossos presentes estavam lá.
Não eram grandes, entretanto não estavam dentro das meias, estavam ao lado dos nossos travesseiros.
Comparados aos brinquedos de hoje o nosso presente era tão singelo e de tão singelo, era especial, cheio de amor. Era um brinquedo feito de lata, um boneco sobre uma bicicleta que ao dar corda girava, girava e atrás do seu assento girava também algo como um peão e o seu desenho de redemoinho rodava, rodava e então ficávamos  paralizadas contemplando este brinquedo tão lindo! Cada uma com o seu brinquedo nas mãos, sorríamos com o coração cheio de gratidão e felicidade! Hoje, tenho quase certeza de que no fundo percebíamos que eram presentes comprados pelos nossos pais. E sentíamos docemente o carinho deles nos nossos corações.
Tantos presentes lindos e especiais já ganhei até hoje, porém sempre acabo me recordando deste brinquedo que nos foi presenteado numa época de difícil situação financeira, mas que meus pais jamais nos privaram de vivermos a alegria de receber um presente com um pouco de magia, cor e  alegria.  

FELIZ NATAL!
Que o presente que nos aguarda neste Natal seja a Amizade, Carinho, Magia, Sonho e Muito Amor!
Naomy Kuroda

2 comentários:

  1. Ahhhhhhhh, eu sempre viajo nas suas historias!! E sempre um prazer ler o que vc posta aqui. Continue e bom trabalho!! Feliz ano novo!

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  2. Iza,
    eu é que fico muito feliz sabendo que uma amiga, num país tão longínquo, esteja lendo o que adoro escrever!
    Muito obrigada pelas suas palavras
    sempre tão carinhosas!
    Saudades!
    Um beijão, Feliz 2011, tenho certeza você terá um ano muito prazeroso!
    Naomy.

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