terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo!

Assim como de hábito fazer a cada novo ano que se inicia, folheei  minha agenda do ano que se foi para fazer um balanço do meu 2011.
Observando compromissos e mais compromissos cumpridos ao longo dos doze meses, constatei incomodada que foi um ano culturalmente bastante pobre.
Tive sim alguns dias felizes como ida a concertos, peças de teatro,
porém longe, muito longe do que poderia ter sido.
Perguntei então a mim mesma o que eu gostaria de fazer para compensar isto.
Não precisei pensar duas vezes, já tinha a resposta na ponta da língua.
Respondi que gostaria de  ficar por longas horas dentro de uma livraria
sem pressa e principalmente, sem culpa!
Todas as vezes que vou às livrarias observo pessoas confortávelmente acomodadas no sofá com pilhas de livros sobre o colo, lendo e escolhendos sem  nenhuma pressa, entregues plenamente ao prazer da leitura.
Vendo isto não consigo deixar que o meu vergonhoso sentimento de inveja
aflore no meu coração.
Que vontade de fazer o mesmo!
E por que não o faz?
Sou por acaso mais ocupada do que estas pessoas?
Não, nada disso!
É uma questão psicológica, mesmo sem ter a agenda lotada não me permito
dedicar muitas horas apenas ao lazer.
Sinto culpa...
Fico sempre com aquele sentimento de que devo fazer mais obrigações do que mergulhar ao prazer da leitura. Mas, seria a arte apenas lazer ou prazer?
Costumeiramente entro apressada nas livrarias com o nome do livro já escolhido, vou direto ao atendente, pego, pago e corro para algum outro compromisso.
Não sei o que me fez ser uma pessoa assim, sentir tanta culpa quando estou assistindo a uma peça de teatro
maravilhosa, um concerto divino ou lendo... E o pior, quanto melhor é o programa maior é a culpa que me machuca. Estar ali me deliciando sozinha, enquanto outras pessoas não puderam vir ou estão trabalhando.
Não me formei  psicóloga, não sei a causa nem encontro motivo para ser assim. Nasci e cresci numa família amante da arte onde leituras eram incentivadas.
Sei apenas que assim sou e isto me tortura.
Quero muito me tornar uma pessoa mais centrada com capacidade de entrega a cada atividade de um modo mais sereno. Resolvi me dedicar um pouco a relaxar,"curtir" mais os prazeres culturais sem culpa.
Fui!
Peguei uma manhã e fui à "mega livraria"  passei duas horas escolhendo livros, lendo alguns trechos, sentei-me no sofá tão desejado. Fiquei um pouco incomodada que não precisei disputar pelo sofá, parecia ser um sinal de que as pessoas estão trabalhando ocupadas e eu ali em plena manhã de um dia da semana dentro de uma livraria numa orgia literária...
Não posso dizer ainda que obtive sucesso psicológico em relação à culpa, mas tentei e gostei...
Pretendo aumentar gradualmente a quantidade de horas dentro de livrarias e na mesma proporção ir diminuindo esse meu sentimento que de nada me serve.
Conseguirei?
Veremos.
Eu penso que o importante é tentar, aproveitar os momentos como final e início de ano para um balanço do que estamos fazendo para nos mimarmos um pouco, lutarmos para ganhar momentos prazerosos, pois acredito que é  isto que nos torna pessoas menos estressadas e consequentemente mais agradáveis no trato com os outros.

FELIZ ANO NOVO!
Que possamos viver serenamente para sermos felizes e plenas
proporcionando paz a nós mesmos e aos outros!

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