sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professor



Ensinar, compartilhar conhecimentos para aqueles que ainda não o tem.
Ser professor acrescenta-se a isso o amor e a dedicação em respeito ao próximo.
Não é preciso nem dizer que é uma das profissões mais lindas, generosas mas difíceis.
Ensinar é também aprender, percebi isto ao dar aulas de desenho para jovens que se preparam
para prestar vestibular na área de Artes ou para aqueles que desejam se profissionalizar como ilustrador.
Ensinar também é uma troca que muito nos enriquece.
Tive inúmeros professores, mas alguns continuam no meu coração como uma linda recordação e aqueles que continuam na minha memória são aqueles professores que além de nos ensinar, deram carinho, amor e principalmente nos inspiraram como pessoa.
Muita gratidão e respeito a todos os professores que fazem das suas vidas, ensinar e amar o próximo!




sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feliz Dia das Crianças!


É tão simples conseguir o sorriso de uma criança!
É tão singelo o que uma criança deseja!
É tão grande o que uma criança nos oferece!
É tão fácil amar uma criança!

Os momentos das crianças são tão ricos!
Os momentos junto a uma criança são tão velozes!
Os momentos que as crianças desejam são tão realizáveis!
Os momentos de amor que as crianças nos presenteiam são tão únicos! 


Que todas as Crianças do Mundo
tenham neste Dia e em todos os outros 
o que eles tanto desejam,
AMOR! 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Refúgio


Dentre milhões de palavras que verbalizamos no decorrer de nossas vidas algumas são mais queridas ou talvez mais íntimas e amigas.
Dentro da minha caixa de palavras preferidas, mora a palavra "REFÚGIO".
Refúgio é acolhedor como pijama de flanela, como um travesseiro após um dia cheio, uma limonada gelada num dia de sol escaldante, um chinelo velho após um dia de salto alto, um abraço apertado num momento de carência, o som de boa noite do amor de nossas vidas, uma palavra amiga que nos da a certeza de que somos compreendidas.
Encontramos refúgio num quarto escuro, numa palavra, num olhar, num sorriso, num beijo, numa mentira,
na escrita, na leitura, na arte, numa comida, no amor e em tantas formas de amor...
Pensando em tudo isso percebi que nos últimos dias me refugiei no silêncio. Embora goste de escrever
permaneci por quase dois meses em silêncio. Seria elegante dizer ou acreditar que nada escrevi pois estava ocupadíssima, mas sei que não é verdade, somos humanas e de tempos em tempos precisamos de um refúgio para nos refazermos do viver por viver. Outras vezes nos cansamos de ter opinião na ponta da língua, de participar de tudo, de tentar ser eficiente, de ser corajosa, de ser forte ou pelo menos de assim parecer. Muitas vezes é preciso ser forte e admitir que somos frágeis e que precisamos nos refugiar
nos preservar e continuar. Não é preciso ir a nenhum lugar paradisíaco, nem a uma ilha deserta para
nos refugiarmos, encontro ele numa tarde de silêncio ao contemplar, ao lado de uma boa companhia, o rio que segue o seu curso,  e através de um sorriso sereno e de um abraço apertado compreendermos que isto é o melhor da vida.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai.



- Ganhei um Smartphone.
- Ah! Hoje é  Dia dos Pais, parabéns!
Todos ao seu redor o parabenizaram.
O moço, ainda quase um menino, sorriu. Um sorriso constrangido e acrescentou.
- Ganhei também uma conta enorme no meu cartão de crédito. Eu estava feliz com o meu celularzinho, mas meu filho disse que tenho que ter um Smartphone. Todos os pais dos amiguinhos tem um. Ah, e tem que ser um "touchscreen".
Escolhendo guloseimas numa loja de produtos orientais não pude deixar de ouvir esta conversa e sorri.
O moço trabalha como repositor da loja e continuou explicando que vai ser duro pagar as prestações.
Deve ser mesmo, afinal, criar um filho já não é fácil, financeiramente então mais duro ainda. E como se não bastasse acompanhar a evolução tecnológica dos seus pertences para que o filho não se sinta excluído da roda de seus amiguinhos é um acréscimo mais árduo ainda.
Eu sorri, pois apesar de tudo isso o sorriso do moço era de plenitude e felicidade,  embora
lamentando, de certo estaria relembrando a inocente alegria do seu filho lhe entregando o presente  e para isso ele trabalharia mesmo num domingo de Dia dos Pais.
Para meu pai também "os domingos" sempre foram dia de trabalho. Sem instrução, dedicou-se à sua profissão de fotógrafo e assim criou e formou seus filhos. Fotografando no estúdio, fazendo fotografias de reportagem, revelando, retocando e imprimindo as fotografias um a um no sistema manual, nos dias de semana, sábados, domingos e feriados por mais de meio século.
E a filha, eu, como se não bastasse, ainda reclamava, brigava por não poder tê-lo
nas festas e eventos escolares. Para uma criança era muito difícil compreender sua ausência.
Hoje, ele parece compensar tudo isso participando de todos os eventos escolares e culturais dos netos.
Mesmo nos eventos que não tem intimidade com o assunto ele se faz presente. Não é um homem de gestos
e arroubos acalorados de carinhos, abraços e beijos, não tem costume de demonstrar seu grande amor pelos filhos, nora, genros e netos através de palavras, mas a sua constante presença de corpo franzino e cabelos brancos, representa enormemente tudo isso.
Pai, muito obrigada por estar sempre conosco!
Nós te amamos muito!
Feliz Dia dos Pais!





domingo, 6 de maio de 2012

Mãe



















Mãe, o que mais me faz falta é o som da sua voz
Mãe, tenho certeza, você à tudo me acompanha
Mãe, sei que está comigo, mas ainda assim...

Quando preparo sushi é em você que penso
Quando tempero meu feijão é o seu amor que relembro
Quando desenho, suas orientações que me amparam

Mãe, mais um "Dia das Mães" se aproxima
Mãe, não vou mais às compras, sua loja preferida
Mãe, seu prato predileto, não preparo mais

Eu procuro e te abraço em pensamento
Eu olho para o Céu e seu sorriso encontro
Eu falo com você e sua resposta chega
    
             Dentro do meu coração.

                  Mãe, te Amo!

                       Muito!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Regar a vida.


Estive ocupada por dias que me impossibilitaram passar por este meu cantinho.
E isto me faz uma falta danada!
Escrever no Blog é para mim um momento de acalmar o coração, me dar um pouco de atenção,
me ouvir, enfim, dar um tempo e consideração a mim mesma.
Hoje, regando minhas plantas percebi que elas também sentiram a minha falta e me contaram,
através das suas folhagens e galhos, que estiveram um pouco solitárias e ressentidas.
Regá-las apressadas e muitas vezes nem isso, deixaram nelas marcas que se evidenciaram nos seus físicos.
Fiquei triste, com vontade de voltar o tempo e pedi perdão.
Percebi que elas também precisam da minha presença, atenção, ficar um pouco com elas e observá-las.
Esta percepção me levou a refletir como devemos estar mais atentas e dar uma atenção maior e melhor às coisas e às pessoas que amamos.
Os dias e o relógio giram vertiginosamente e a nossa batalha pela sobrevivência
nos tiram do foco das coisas mais importantes e preciosos da nossa vida. Esta é sempre a mesma desculpa que usamos para tentar camuflar a nossa desatenção.
Hoje as plantas da minha pequena varanda me ensinaram que se o fato de vê-las entristecidas me deixaram
mais tristes ainda, o que estaríamos fazendo com as pessoas que amamos, com a nossa vida e até mesmo com o nosso próprio bem estar?
Após cuidar e dar uma atenção mais demorada a cada uma percebi feliz que todas elas ficaram mais
brilhantes, se sentiram fortalecidas fazendo transparecer a satisfação em cada folhagem e me retribuindo com aromas impagavelmente agradáveis.
Já dentro da casa, ao sentarmos para o nosso café da manhã, meu coração se encheu de alegria e satisfação quando percebemos a presença de um beija-flor visitando calmamente o meu pequeno mas importante espaço de aconchego, tal qual este meu Blog.

terça-feira, 20 de março de 2012

Prazo de validade.

Vivemos no mundo onde tudo se limita a um prazo, a um pequeno espaço de tempo que se garante a boa qualidade das coisas.
Alimentação, juventude, beleza, amor, novidade tecnológica e outras tantas coisas mais que parecem estar sempre sob a mira de extinção ou deterioração com o rápido passar do tempo. E isto passou a ser uma coisa natural, é assim que é e não adianta rebelar-se.
Um delicado email  que recebi de uma  professora e estudante universitária da cidade de Natal -  Rio Grande do Norte, mostrou-me que nem tudo é assim tão sombrio. Cristina Gabriela apresentou-se como professora e  estudante do último período de Pedagogia. No seu email contou que numa das disciplinas da Faculdade, Linguagem Semiótica, o seu grupo estaria analisando o livro "Amigos, mas nem tanto", Editora Scipione,  História de Lêda Aristides - Ilustração de minha autoria. Escreveu-me pois gostaria de ouvir sobre o meu processo de identificação e criação das ilustrações de uma história.
Bem, é um livro que ilustrei há 20 anos e mesmo assim tive a grata oportunidade de conversarmos a respeito
deste livro e pude constatar que dentro da minha memória os vinte anos significavam apenas alguns minutos . Pude relembrar novamente a alegria e a empolgação que senti ao receber este texto para ser ilustrado juntamente com a história "Ovo meu, será seu?- Lêda Aristides. Ansiedade, o desejo que estas sejam mais uma história estimulante, o medo se vamos acertar, o amor que sentimos pelos personagens durante o processo de criação e por fim aquela sensação deliciosa de satisfação ao ver o trabalho finalizado e o livro em nossas mãos. Com certeza são emoções que nos viciam. E como todo vício nos faz querer mais, ilustrar e criar mais e mais.
Senti na pele a responsabilidade de se fazer um bom trabalho, afinal ele nos une eternamente, são nossos filhos para sempre. Assim como um filho, nossa responsabilidade não tem prazo de validade, estará associado ao nosso nome eternamente. Mas também é o filho que  nos proporciona realização, alegria e felicidade possibilitando surpresas agradáveis como a chegada deste email de uma jovem que estuda e ensina numa cidade tão distante da minha.
Criei estas ilustrações há vinte anos atrás, mas constatei que hoje faria exatamente da mesma maneira, pois acredito que a criação que é o fruto da nossa imaginação não vem da técnica e sim da emoção que nos assola na primeira leitura do texto. Emoções não envelhecem, continuam exatamente as mesmas, indignação, alegria, prazer, amor aindo sinto pelas mesmas coisas que há vinte anos.
Gratificante foi conversar com a Cristina Gabriela e o seu email que me possibilitou observar que para isto não existe um prazo de validade.
Cristina, muito obrigada.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Feliz Dia Internacional da Mulher!



Parabéns para todas as Mulheres do Mundo!
Mulheres que com a sua força, coragem e inteligência
acompanham com humildade e sensatez a evolução do mundo.
Parabéns para todas as Mulheres que têm a capacidade de se multiplicar para se doar
com amor, carinho e verdade à todos que a necessitam.
Parabéns para todas as Mulheres que sabem chorar,
 mas também sabem sorrir, criar, amar 
e principalmente possuem energia para viver 
cada segundo da sua vida com alegria, orgulho e dignidade!
                                  Parabéns para todas as Mulheres que tiveram a sorte de assim nascer.
                                                           Feliz Dia Internacional da Mulher!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Silêncio.

Estive ausente aqui desde o dia 25 de Janeiro.
Para alguns amigos que me escreveram estranhando a falta de postagem, argumentei que eu estava muito ocupada, mas após refletir e tentar ser honesta comigo mesma percebi que não foi à toa que fiquei em silêncio neste finalzinho de Janeiro até hoje.
No início de Fevereiro contabilizei mais um precioso ano da minha vida.
Um silêncio necessário para reflexão e agradecimento dos que vivem bons anos neste mundo encantado chamado "Vida".
Sendo otimista diria que venci e ganhei mais um ano, sendo pessimista diria que é menos um ano da minha vida. Mas meu coração sabe que aniversários são sempre bem-vindos, pois isto significa que estamos aqui firme e fortes!
Também é um dia de receber abraços, beijos, carinhos, rever  a família, amigos, receber presentes...
Quem não gosta de ser mimada? Quem não fica feliz de ser lembrada?
Meus amados sobrinhos correram para me abraçar e perguntaram:
- Tia Naomy, quantos anos a tia fez?
Engulo seco e respondo a esta inocente pergunta com um número. Faço uma comparação com a idade deles.
Dou um número que é a diferença entre a minha e a idade deles e então faço-os somarem ao número que dei com a idade deles.
- Hummmmm....
Pensativos e usando o raciocínio matemático parecem entender que temos muita diferença, mas imagino que não conseguem calcular tudo que se pode fazer, viver e sentir neste espaço de tempo tão grande.
Muitas vezes nem eu mesma sei o que fiz nestes longos anos, meses, dias, horas, minutos e segundos.
Sei que muito já sorri, muito já chorei, muito carinho já recebi, muito fui e sou amada e muito já amei, amo e ainda amarei!
Como diria o nosso "Rei":
"Emoções, eu vivi!"
E  sendo eu gulosa, ainda quero mais, muito mais!
Muito obrigada por tantas coisas boas que recebi e por tudo que, tenho certeza, ainda receberei nesta minha jornada!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

São Paulo, 458 anos bem vividos.


São Paulo,
cidade onde meus avôs,
vindos do Japão,
adotaram como sua.

São Paulo,
cidade onde meu pai,
vindo de Marília,
escolheu para ficar.

São Paulo,
cidade onde minha mãe,
vinda de Tupã,
desejou permanecer.

São Paulo,
cidade onde nasci, cresci, me formei,
encontrei amigos, amores,
adotei, escolhi  e desejo permanecer

São Paulo,
cidade que amo
e me sinto amada.

São Paulo,
 Feliz Aniversário!
Muito obrigada.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Caminhada.

Faz muito tempo que não tenho o volante de um automóvel em minhas mãos.
Tenho me locomovido por outros meios. Quando tenho compromissos em locais com distâncias mais amenas, eu vou caminhando. É uma recomendação quase imperativa dos médicos que se preocupam com a minha saúde e...volume corporal. Então eu sigo o conselho.
E é nestas andanças que um casal de idosos tem chamado a minha atenção.
Um casal de aproximadamente oitenta e mais alguns anos. Ambos bonitos, cabelos cor de neve, discretos e de modos elegantes costumam caminhar de mãos dadas, assim como meu pai fazia quando tinha ao seu lado a presença da minha mãe. Caminham devagar, passos de pessoas que já entenderam e aceitaram que a pressa e a ansiedade de nada servem. Passos de um casal que muito já construíram, agora, juntos parecem valorizar cada segundo do estar junto, do sentir o vento, apreciar a flor que emerge entre as rachaduras da calçada.
A cada nova construção que encontram pelo caminho, param, observam e o senhor carinhosamente coloca sua mão sobre o ombro da sua esposa e com a outra aponta para a novidade e assim os dois ficam contemplando cada inovação sem dar espaço para a pressa. Fico imaginando que relembram juntos o que lá existia antes que estes prédios comerciais grandiosos e vistosos impusessem suas presenças.
Não os vejo sorrirem, parecem não necessitar de nenhum recurso para expressarem seus sentimentos. Apenas falam baixinho um ao outro, poucas palavras, bem perto dos seus ouvidos. A saúde e a vida contemplou-os com a longevidade de ambos. Longos anos de convívio, de parceria e comprometimento... Imagino que assim como todos, devem ter enfrentado e vencido juntos os percalços e as dificuldades que a vida sempre nos reserva.
Mas juntos ainda permanecem e esta é a grande benção.
E eu fico observando estas duas pessoas lindas com o coração dividido entre a alegria pela felicidade deles  e uma tristeza  por tudo que minha mãe deixou de viver e que meu pai com a partida da sua amada deixou de prolongar estes momentos de carinho e companheirismo. Companheirismo de casal, amor que venceu por longos anos, impossível de substituir por nenhum outro, nem o amor filial ou qualquer outro amor parece ser capaz de preencher o enorme buraco que a ausência do grande amor da vida, costuma abrir  no coração.
Algumas vezes vejo o senhor caminhando sozinho então me preocupo.
Fico apreensiva.
Tenho vontade de perguntar pela sua esposa, mas não o faço.
Tenho medo da resposta.
Porém, alguns dias depois já o vejo novamente acompanhado da simpática esposa deixando-me tranquila.
Muitos meses se passaram sem vê-los e eu caminhava sempre à procura do casal, não sei onde moram, nem os seus nomes, meu coração se entristecia e temia:
-Será que nunca mais vou revê-los?
Como que para me tranquilizar, antes da virada do ano, vejo-os sentadinhos lado a a lado, acompanhados por uma moça que imaginei ser filha, na pastelaria do "sacolão", hortifruti do bairro.
Vi-os felizes deliciando-se, cada um com o seu fumegante e cheiroso pastel nas mãos!
Fiquei feliz e tranquila, com certeza, são  muito saudáveis!  Eu, ainda  muito longe de chegar à  idade deles, há muito tempo já não posso me deliciar com frituras por conselhos médicos imperativos e aterrorizantes.
-Bom Apetite e Vida Longa! Muito longa!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo!

Assim como de hábito fazer a cada novo ano que se inicia, folheei  minha agenda do ano que se foi para fazer um balanço do meu 2011.
Observando compromissos e mais compromissos cumpridos ao longo dos doze meses, constatei incomodada que foi um ano culturalmente bastante pobre.
Tive sim alguns dias felizes como ida a concertos, peças de teatro,
porém longe, muito longe do que poderia ter sido.
Perguntei então a mim mesma o que eu gostaria de fazer para compensar isto.
Não precisei pensar duas vezes, já tinha a resposta na ponta da língua.
Respondi que gostaria de  ficar por longas horas dentro de uma livraria
sem pressa e principalmente, sem culpa!
Todas as vezes que vou às livrarias observo pessoas confortávelmente acomodadas no sofá com pilhas de livros sobre o colo, lendo e escolhendos sem  nenhuma pressa, entregues plenamente ao prazer da leitura.
Vendo isto não consigo deixar que o meu vergonhoso sentimento de inveja
aflore no meu coração.
Que vontade de fazer o mesmo!
E por que não o faz?
Sou por acaso mais ocupada do que estas pessoas?
Não, nada disso!
É uma questão psicológica, mesmo sem ter a agenda lotada não me permito
dedicar muitas horas apenas ao lazer.
Sinto culpa...
Fico sempre com aquele sentimento de que devo fazer mais obrigações do que mergulhar ao prazer da leitura. Mas, seria a arte apenas lazer ou prazer?
Costumeiramente entro apressada nas livrarias com o nome do livro já escolhido, vou direto ao atendente, pego, pago e corro para algum outro compromisso.
Não sei o que me fez ser uma pessoa assim, sentir tanta culpa quando estou assistindo a uma peça de teatro
maravilhosa, um concerto divino ou lendo... E o pior, quanto melhor é o programa maior é a culpa que me machuca. Estar ali me deliciando sozinha, enquanto outras pessoas não puderam vir ou estão trabalhando.
Não me formei  psicóloga, não sei a causa nem encontro motivo para ser assim. Nasci e cresci numa família amante da arte onde leituras eram incentivadas.
Sei apenas que assim sou e isto me tortura.
Quero muito me tornar uma pessoa mais centrada com capacidade de entrega a cada atividade de um modo mais sereno. Resolvi me dedicar um pouco a relaxar,"curtir" mais os prazeres culturais sem culpa.
Fui!
Peguei uma manhã e fui à "mega livraria"  passei duas horas escolhendo livros, lendo alguns trechos, sentei-me no sofá tão desejado. Fiquei um pouco incomodada que não precisei disputar pelo sofá, parecia ser um sinal de que as pessoas estão trabalhando ocupadas e eu ali em plena manhã de um dia da semana dentro de uma livraria numa orgia literária...
Não posso dizer ainda que obtive sucesso psicológico em relação à culpa, mas tentei e gostei...
Pretendo aumentar gradualmente a quantidade de horas dentro de livrarias e na mesma proporção ir diminuindo esse meu sentimento que de nada me serve.
Conseguirei?
Veremos.
Eu penso que o importante é tentar, aproveitar os momentos como final e início de ano para um balanço do que estamos fazendo para nos mimarmos um pouco, lutarmos para ganhar momentos prazerosos, pois acredito que é  isto que nos torna pessoas menos estressadas e consequentemente mais agradáveis no trato com os outros.

FELIZ ANO NOVO!
Que possamos viver serenamente para sermos felizes e plenas
proporcionando paz a nós mesmos e aos outros!