Ao pararmos diante do farol vermelho, percebi que o motorista do automóvel ao lado gesticulava intensamente chamando a nossa atenção. Entardecer de um domingo chuvoso no centro velho da cidade, muitas estórias ouvidas sobre perigos nos faróis, janelas totalmente fechadas, confesso que hesitei um pouquinho. Porém, logo observei que era alguém pedindo uma informação. Quantas vezes não estivemos nessa situação?
Abri minha janela discretamente para que a chuva não me atingisse e como se isso fosse me proteger de alguma forma do perigo.
O motorista do carro gritou:
- Por favor, eu estou perdido, não sou daqui, preciso chegar
na Av. Nove de Julho. Pode me informar?
Eu que sou absolutamente ignorante no que se refere às ruas do centro da cidade, automaticamente olhei para o lado esquerdo, meu herói ao volante que tudo sabe em matéria de ruas e quebradas.
Imediatamente ele enumerou uma dúzia de ruas, mão e contramão, "direitas e esquerdas" que o homem deveria seguir.
Isto falado quase aos berros pois o barulho da chuva impedia a boa transmissão de sons.
Pela maneira que o homem franziu sua testa demonstrando desânimo, percebemos que estava mais confuso do que antes. Neste momento o farol nos pressionou com o seu "verde".
Estávamos bem longe da Av. Nove de Julho, com certeza o homem iria se perder.
-Vem atrás de nós! Nós deixamos o senhor lá.
Gritamos.
Enquanto o conduzíamos pelos meandros do centro da cidade, nós dois, mesmo em silêncio, tínhamos em nossa memória e no coração, o inesquecível dia em que fomos assolados por um temporal no meio da estrada que leva à cidade de Assis. Também era entardecer, numa estrada sem acostamento, mão dupla e sem ilha central, estávamos sem nenhuma visão. A chuva batia intensamente e assustadoramente sobre os vidros do carro. Foram momentos desesperadores pois não enxergávamos absolutamente nada.
Para-brisas movimentando-se loucamente para a direita e para a esquerda, nada adiantavam.
Deveríamos estacionar? Mas onde? Nem ao menos podíamos ver se havia carro na frente ou atrás.
Seguir? A verdade é que estávamos entre a cruz e a espada.
De repente um vulto enorme, um caminhão baú com todas as suas luzes acesas e sinalizando
seu pisca-pisca, foi posicionando devagar na frente do nosso carro e como uma mão divina que pega nas nossas mãos, conduziu-nos devagar e com carinho, até a cidade de Assis. Fomos seguindo orientado apenas pelo farol traseiro do caminhão, única coisa que podíamos ver.
Quando o caminhoneiro teve certeza de que estávamos seguros estacionado em um posto de gasolina, ele acenou com a sua deliciosa buzina e seguiu seu caminho.
Nós também buzinamos, com o coração cheio de gratidão para aquele ser humano que nunca saberemos seu nome, seu rosto, mas iremos sempre lembrar, agradecer e imitar.
Sempre que for necessário iremos fazer o mesmo que ele fez por nós, uma lição desse caminhoneiro bondoso que estendeu a sua mão para nos socorrer, apenas por humanidade, proteger, garantindo a segurança de seus semelhantes.
Enquanto eu aquecia meu coração com estas recordações já havíamos chegado na Av. Nove de Julho.
Abri a janela. A chuva já dava trégua, indiquei a placa da rua e acenei com a mão, o homem sorriu e empinou seu polegar. Buzinamos em sinal de despedida e o motorista nos retribuiu buzinando várias vezes em sinal de agradecimento.
Enquanto fazíamos o retorno para voltarmos ao nosso caminho,
perguntei ao meu mestre de ruas da cidade:
-Você se lembra do caminhoneiro de Assis?
Ele respondeu:
-Eu estava exatamente pensando nele.
Jamais esquecemos uma gentileza recebida.
Gentileza constroi gentileza.
As boas ações, assim como as más, são contagiosas. Daí sempre tentarmos propagar a solidariedade. Gentileza gera gentileza! Abraços!
ResponderExcluirOi Amigo Viajante,
ResponderExcluirPois é, melhor de tudo isso é que sempre temos mais e mais coisas para aprendermos com as pessoas!
Aprendi também que fila também é um lugar ótimo para novas amizades!
Também já visitei seu Blog e gostei bastante!
Parabéns!
Muito obrigada pela sua visita e apareça sempre.
Um grande abraço!
Bilder und Geschichten sind wundervoll. Dank der Übersetzung von Google Translater, erfahre ich den Inhalt der Geschichten.
ResponderExcluirDanke und viele Grüße,
Uwe-Jens
Imagens e as histórias são maravilhosas. Graças à tradução por tradutor Google, acho que o conteúdo das histórias.
Obrigado e os melhores cumprimentos,
Uwe-Jens
Zeder Dear friend,
ResponderExcluirI am very pleased with your visit.
Even happier for your kind words,
I admire you as well as an artist.
It's a shame I do not know how to speak German, a language so beautiful and strong.
Come visit me always.
A big hug!