domingo, 18 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

Feliz Natal!
Todos os anos faço planos, imagino que este ano farei diferente.
Sinto que estou mantendo a serenidade pensando que não irei enlouquecer fazendo compras, não me desgastarei diante do fogão e que ficarei apenas refletindo sobre o real sentido de Natal.
Ao passar pelo Shopping Center finjo que não estou preocupada e mesmo que eu faça compras vou
manter a calma, não derramarei sequer uma gota de suor disputando numerações de roupas com outras heroínas.
Porém... Ao aproximar a véspera de Natal começo a me sentir incomodada ao constatar que tenho uma considerável quantidade de pessoas que amo e que gostaria de demonstrar o quanto sou grata pela amizade, carinho e dedicação que têm me proporcionado. Ainda assim, tentando manter a serenidade começo a fazer lista destas pessoas e verifico que não são nada poucas... Passo a contar os dias e as horas que poderei dedicar para as compras e divido pela quantidade de pessoas. Vejo que preciso correr, ainda devo levar em consideração que quanto mais os dias se esgotam nada acharei nas lojas pois as consumidoras são espertas, rápidas e endinheiradas.
Mais uma vez começo a sair da minha tranquilidade, penso nisso o dia todo, é preciso incluir o prazo de entrega de Correios para pessoa de outra cidade e sem querer começo a me descabelar, ainda resisto fingindo que está tudo bem, presentes são apenas símbolos materiais. Irei às festas de mãos abanando,
direi que este ano não tive tempo ou que estou muito pobre...
Apenas crianças devem ser poupadas desta falta, para elas darei um jeito...
Sei que por dentro me sentirei ridícula e triste pois eu mesma não me convencerei disto.
Se eu fosse mais organizada, se eu planejasse antes não era preciso me descabelar e frequentar Shopping Center ou lojas lotadas. Mas sou mais uma destas pessoas que deixo para ultima hora, talvez eu ainda não saiba mas desconfio que gosto desta bagunça, desta movimentação, deste corre-corre atrás de  presentes para não esquecer de ninguém.
Adoro o sorriso dos amigos quando eles abrem o pacote e me dizem:
-Nossa! É exatamente o livro que eu estava querendo!
ou
-Que lindo! A-do-rei!
Tenho certeza de que uma simples lembrancinha não representa nem um milésimo do quanto sou grata à todas estas pessoas da minha lista, mas quero dizer através destes mimos que lembro-me sempre de você, rezo sempre por você, sou muito feliz por poder lembrar de você!
Então devo correr! Devo suar sim!
Enquanto eu desenhava este cartão de Natal fiquei imaginando como seria maravilhoso se eu pudesse
empacotar e presentear todo meu sentimento, meu desejo e meu agradecimento.
Eu sei, não posso, mas desenhar eu consigo.

Feliz Natal, Amigos Leitores e Amigos Seguidores 
que me fizeram sentir que tudo é tão próximo!
Muito obrigada pelo carinho e amizade, desejo que tenham 
um lindo Dia de Natal e um 2012 de muitas novidades agradáveis 
e que possamos continuar sempre juntos, no coração!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Ver para crer ou imaginar para sonhar... (2/2)

Quando chegamos a este Mundo e carregamos dentro da bagagem
o dom da imaginação aguçada, estamos desembarcando num território
muito, mas muito maior do que qualquer dimensão mensurável.
A imaginação amplia qualquer situação permitindo-nos sentir,
observar, visualizar e concluir muito além do que aparenta a realidade.
É um jogo que deve ser apreciado ludicamente com total ciência de algumas regras.
Do contrário, pode ser decepcionante, dilacerante e danoso.
Como define o nosso grande dicionário "Aurélio ":
" Construir ou conceber na imaginação é o mesmo que fantasiar,
idear, inventar, supor, presumir, conjeturar..."
Pois é... a regra é clara, imaginação é uma fantasia...
Com a sorte de um ganhador de loteria,  poderá até coincidir com a realidade?
Talvez sim, talvez não...
Bem, tendo a noção de que assim como temos a liberdade de imaginar temos em igual proporção a de constatar não ser real, então, imaginar fica por nossa conta e risco.
Como eu escrevi na minha postagem anterior, imaginação é uma coisa que me persegue desde a minha mais tenra idade, muitas vezes ela me diverte mas outras também me assusta, me induz ao erro para melhor ou para o pior.
Quando enfrento situações nunca antes vividas, minha imaginação cria monstros e fantasmas assustadores me fazendo sofrer por dias e quando chega a derradeira realidade constato que muito perdi me descabelando por antecipação. Em outras situações mais divertidas, gosto de imaginar personalidades, vozes, gestos de pessoas que conheço apenas por fotografias e é claro raramente minhas imaginações casam-se com a realidade quando as encontro.


Uma moça do nosso convívio casou-se com um moço que conheceu através de cartas e fotografias.
Cada um no seu país, muitas cartas enviadas, um imaginando sobre o outro apenas através de palavras românticas escritas sobre o papel e de algumas fotos.
Conheceram-se pessoalmente com o casamento já marcado.
É claro que personagens de carne e osso foram muito distantes do que as palavras representavam e do que cada um imaginou.
Não que fosse pior ou melhor, apenas diferentes.
Casaram-se e vivem felizes por longos anos.
Familiares curiosos que tiveram acesso às cartas acharam muito engraçado que aquelas palavras adocicadas tenham sido escritas por aquele rapaz tão pragmático, tão distante do que haviam imaginado.
Gosto de pensar que as pessoas não são apenas aquelas que se apresentam, temos várias facetas que vivem escondidos dentro de nós e que dependendo da ocasião elas se apresentam, nos momentos íntimos, da conquista, da fragilidade, da arrogância, da fortaleza, da paixão e do amor.
Frequentemente acabamos por nos surpreender ao constatar facetas de nós mesmos que não havíamos imaginado possuir, às vezes boas, outras ruins, vergonhosas ou até heroicas.
Presumo então que não será a imaginação o culpado.
Ver para crer pode ser necessário, mas a imaginação amplia o nosso mundo,
tempera nossas vidas, faz pulsar nossos corações e é por isso que não consigo me livrar deste vício:
"Imaginar para Sonhar!" .

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ver para crer ou imaginar para sonhar... (2/1)

Uma imagem, um desenho, uma fotografia, apesar de estáticos, através dos textos elas se personalizam, vidas se emergem. Textos revelam-se vozes.
Dentro da minha imaginação croquis e fotografias se movem, sobrancelhas, bocas, olhos, andares se caracterizam.
Hábito meu da infância até hoje.
Figuras com cabeça em formato de bolinha, corpo, uma linha longa, braços e pernas de linhas curtas para mim possuíam vidas.
Personagens frágeis tinham nomes, personalidades, famílias.
Eles choravam, riam, ficavam bravos e eu a cada traço me alegrava ou sofria solidária.
Mais tarde quando meus desenhos passaram a criar mais formas e volumes passei então a sofisticar essa "loucura" segundo muitos, começando a emprestar minha voz personificando-os melhor.
Bastava desenhar o rosto, enquanto desenhava o resto do corpo eles já começavam a falar através de mim.
Não havia nenhuma loucura nisso, para mim, uma vez criadas elas ocupavam seus lugares neste mundo, ou seja, no meu pequeno mundo infantil. Frequentemente meus pais vinham ver com quem eu estava falando, tamanha era a minha sofisticação criando muitos timbres de vozes de acordo com cada personagem por mim criada.
Também passei a conversar com bonecas e responder por elas sem nunca imaginar que isto não seria "normal" até que...Namorado, amigos passaram a me ver como psicótica, infantilizada, começaram então
a estranhar e ao perceber isto, eu que não sou boba fui me recolhendo à dita "normalidade".
Hoje, ainda continuo a mesma, apenas fiquei mais esperta, me organizei a praticar isto apenas quando estou só.
Opa, estava me esquecendo de citar as flores que retribuem às minhas conversas me envolvendo com
suaves aromas em sinal de amizade.