segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A profissão que dá futuro

Não raramente recebo solicitações de mães aflitas que desejam ouvir minha opinião a respeito da profissão de desenhista. O filho adora desenhar mas afinal... "Dá futuro ou não dá?"
Respiro fundo e meço muito bem as palavras para tentar ajudar estas mães. Mas que saia justa, que pergunta mais difícil de ser respondida! Mesmo tendo vivido alguns anos(prá não dizer quanto), apenas bem recentemente consegui ter uma opinião fechada a este respeito. Realmente quando estamos para prestar vestibular, decidir o futuro profissional, somos muito jovens e imaturos para fechar um diagnóstico a respeito da profissão que seguiremos trabalhando dia após dia, anos após anos, muitas horas por dia. Naturalmente somos levados a pensar que deveremos escolher uma profissão que tem ou parece ter uma garantia de remuneração boa, um teto certo e melhor ainda se tiver uma garantia de uma ótima aposentadoria. Se existisse uma fórmula x+ y que chegasse a um "z" eficaz, a vida seria muito fácil de ser vivida e talvez muito sem graça. E dar futuro qualquer profissão dará, alguns mais promissores outros nem tanto mas se trabalharmos com afinco, honestidade e retidão chegaremos a algum final de carreira. A questão é que todos desejam saber se serão prósperos, respeitados o que se resume a ser bem sucedido. Para mim a questão maior seria se esta pessoa foi feliz por todos esses anos.
E logo, com certeza, ouvirei alguém me dizer: - E felicidade enche a barriga? Paga plano de saúde? Ser feliz, trabalhar com a profissão que nos faz feliz não é a mesma coisa que viver a vida "numa boa", de "papo pro ar", "fazer corpo mole" ou trabalhar dia sim dia não. A profissão que nos faz feliz é a profissão que nos emociona, que mesmo que trabalhemos doze, quatorze horas por dia, que mesmo sendo difícil e cansativo, quando fazemos nos dá prazer e ao concluir nos dá aquela sensação de que fizemos bem feito , o máximo que podíamos e que valeu a pena ter feito! Eu realmente acredito que sendo assim mesmo uma profissão que a primeira vista pareça para as mães nada promissor, o seu filho poderá fazer disso uma grande profissão. A vida não dá garantias, não existe seguro por isso mesmo é preciso acreditar, gostar, ter paixão, ser feliz fazendo! Eu acredito que o profissional adorando fazer aquilo não terá como dar errado pois será uma concentração de amor e boas energias no que ele estiver produzindo. A ação ou o produto que nascer disso virá tão recheado de amor, carinho e energia boa que não terá como não ser útil e agradável para alguém. Mas com certeza passar bons trinta anos ou mais trabalhando com o que não gosta, que não dá prazer nem orgulho, apenas visando o contra-cheque terá formado mais um ser estressado, frustrado e infeliz neste mundo.

2 comentários:

  1. Você está certíssima Naomy com essa explicação. Estou com 50 anos e mudando o meu foco profissional justamente agora... Com mais de 24 anos de profissão como designer gráfico agora iniciando como ilustradora de livros infantis, por enquanto didáticos. Como descreveu bem, sem fim-de-semana ou varando noites, correndo atrás ... mas feliz. Parabéns pelo blog. Felicidades! Bjs ... Neca Teruya

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  2. Neca,
    Parabéns, pela sua juventude, coragem, determinação e principalmente
    pelo seu coração que se apaixona, se emociona e faz escolhas com ele.
    Todos nós ilustradores sabemos como é doido as noites desesperadas correndo contra o tempo para honrar a nossa palavra e entregar o trabalho no prazo combinado, assim respeitar os editores e todos os profissionais que aguardam o nosso trabalho para dar continuidade até o nascimento dos nossos filhos: O LIVRO INFANTIL!
    Muito obrigada pelas suas palavras e estes contatos é que me animam, renovam e me faz uma pessoa muito feliz!
    Um grande abraço!

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